Era para ser mais um caso de estupro com autor desconhecido, mas a ciência tem dado respostas diferentes às investigações policiais.
Foi o que aconteceu em 2022, quando, através do Laboratório de Genética Forense do IC (Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida) em parceria com a Polícia Federal por meio do trabalho de identificação de perfil genético, identificou o autor de um crime de estupro que havia ocorrido em maio de 2019 em Boa Vista.
A vítima, uma mulher, foi rendida por dois homens na frente de casa, foi violentada e roubada. Pouco depois do crime, apenas o autor do roubo foi identificado.
Mas faltava o autor do estupro. Ele foi identificado e localizado após um cruzamento de dados do banco de perfis genéticos. O suspeito de cometer outros estupros fugiu de Roraima para o Amazonas e depois para o Maranhão, onde esteve preso também pelo crime de estupro de vulnerável, entre outros.
A perita Criminal Érica Veras foi uma das responsáveis pela identificação do homem acusado do estupro, por meio de uma análise de DNA.
Ela destaca que a ciência vem ganhando espaço em diferentes ambientes, sendo ela de vital importância em uma cena de crime, buscando a elucidação dos fatos em uma investigação criminal.
“O cruzamento de dados genéticos em todo o Brasil representa um avanço nas investigações dos mais diversos crimes. Principalmente nos crimes de violência sexual praticados contra mulheres, adolescentes e crianças. Uma vez que estes crimes quase sempre não têm suspeitos. São casos abertos que poderiam ficar anos sem solução e por meio da ciência e tecnologia que embasam o exame de DNA, conseguimos identificar e localizar criminosos, como aconteceu neste caso de estupro cometido contra uma mulher aqui em Roraima em 2019.
Atualmente em Roraima a Polícia Civil conta com oito cientistas forenses. Peritas criminais, que atuam no (IC) Instituto de Criminalística nas áreas de Química, Biologia e Genética Forense, Documentoscopia e Local de Crime.
E para reconhecer a importância do trabalho da mulher na ciência, dia 11 de fevereiro, é comemorado pelas Nações Unidas, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.
Para a perita Elisângela Ponchet, que trabalha no laboratório de Química Forense do IC, a data é um reconhecimento à mulher, que vem alcançando espaços, antes pouco ocupados, no mercado de trabalho, contribuindo com respostas à sociedade dando respostas à Justiça em soluções de crimes.
Fazer ciência é estudar, pesquisar, buscar novos conhecimentos e revertê-los à sociedade. Como mulher, bióloga e perita criminal sou grata por fazer ciência na Polícia Civil e contribuir na promoção da justiça.
Márcia Fernanda