Pioneiro no país, o Curso Avançado em Medicina Veterinária Legal visa criar bases de apoio logístico e técnico-científico nos Estados da Federação brasileira, onde as organizações de combate aos crimes de maus-tratos de animais terão profissionais capacitados em técnicas avançadas de investigação forense.
A capacitação reúne 40 peritos médicos veterinários de 17 Estados. Representando Roraima, o perito criminal Anaximandro Soares Coimbra, lotado no ICPDA (Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida) da Polícia Civil de Roraima, tem integrado as atividades do curso que iniciou na segunda-feira, 15, e se estende até o dia 26 de maio. A capacitação é realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília (DF).
Aulas como direito animal, métodos de identificação animal, perícia em local de crime e de maus-tratos a animais fazem parte do conteúdo programático do curso. Além disso, disciplinas de zoomorfologia forense e zooarqueologia forense, técnica de necropsia, necropsia minimamente invasiva, patologia forense e estudos de casos que complementam uma grade curricular diversa.
Para o perito roraimense graduado em Medicina Veterinária, os casos de crimes como maus-tratos em animais ganham um novo horizonte a partir do conhecimento adquirido e do objetivo proposto pelo curso.
“Esses crimes costumam chocar muito as pessoas, pelo animal ser indefeso e muitas vezes pela brutalidade envolvida. Com esse escopo de conhecimento técnico, teórico e prático as investigações ganham um novo patamar e fica mais fácil e preciso identificar culpados, além de detalhar melhor o que aconteceu no caso e interligar tudo isso com as policiais dos demais estados. Com certeza, um avanço sem igual”, afirmou.
Ainda segundo Coimbra, o treinamento visa padronizar, alinhar e velar métodos, procedimentos e técnicas, relacionadas à mensuração do bem-estar animal, que é o conjunto de informações sociais, psicológicas, ambientais e físicas da qualidade de vida desses animais.
“A sociedade experimenta hoje mudanças na legislação que garantem o bem-estar animal. Não somente o de companhia, mas também os animais de produção. Não é porque o animal nasce e é criado para que seja abatido que não deve viver com dignidade. O único profissional capaz de medir a qualidade de vida desses animais é o médico veterinário, por isso nossa reunião e treinamento em Brasília”, disse.
Necropsia de animais
O diretor do ICPDA, Sttefani Ribeiro, enalteceu a participação do Perito Criminal de Roraima no curso e disse que isso possibilitará a implantação de dois projetos estratégicos para o Instituto de Criminalística e para a Polícia Civil.
“Nosso projeto visa a implantação do Laboratório de Necropsia de Animais, objetivando o auxílio no combate aos crimes contra a fauna, principalmente maus-tratos a animais. Isso é um projeto que temos no Instituto de Criminalística e que pretendemos implantá-los em um curto e médio prazo. Esse curso é essencial para sua implantação”, disse.
Para o delegado-geral Eduardo Wayner, é de extrema importância que a perícia científica do Estado tenha profissionais capacitados nas mais diversas áreas. “Termos um profissional com essa expertise é um avanço para a Polícia Civil de Roraima, em especial para a perícia forense”, ressaltou.
Jéssica Laurie e Sandra Lima
