Após dois anos de restrições por causa da pandemia de covid-19, o carnaval promete arrastar 46 milhões de pessoas pelas ruas do país, segundo estimativas do Ministério do Turismo. Com a festa batendo à porta, o Procon Assembleia orienta os foliões para não caírem nas “armadilhas do consumo” e irem pular no bloco dos “consumidores arrependidos”.
Itens como adereços e fantasias dos anos anteriores podem ser reciclados, por exemplo. Caso seja necessária uma nova compra, Mileide Sobral, diretora do Procon, recomenda que se faça uma pesquisa de preço e qualidade com antecedência para evitar prejuízos.
Cada vez mais comuns, os blocos privados costumam ser caros e os uniformes, os famosos abadás, são alvos de falsificação. Por isso, o folião deve fugir dos cambistas – vendedores informais – e adquirir os ingressos em pontos de venda oficiais. É melhor pagar mais caro agora do que ficar de fora da festa depois.
As formas de pagamento devem ser discriminadas, seja à vista ou a prazo. As compras à vista com desconto são sempre as melhores opções para fugir dos juros embutidos nos parcelamentos. Sobral aconselha cautela ao optar pelo uso do cartão de crédito. “Sempre verificar se há uma taxa de serviço da maquininha do cartão de crédito, pois isso deve ser divulgado pelo comerciante”.
A política de troca da empresa não deve ser negligenciada. A troca só é obrigatória quando o produto apresenta algum defeito. Nas compras on-line, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) garante o direito ao arrependimento no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço adquirido fora do estabelecimento comercial.
Outra dica é observar as regras do couvert artístico e da taxa de serviço nos locais onde serão realizados os eventos para não ser lesado. “A cobrança de couvert deve ser informada com antecedência pelo estabelecimento, seja na entrada, escrito no cardápio ou em outro local visível. O que é diferente da taxa dos 10% opcional, pois o consumidor escolhe ou não pagar, enquanto o couvert só pode ser cobrado quando tem atrações presenciais, o que exclui os eventos transmitidos pelo telão”, esclareceu a diretora.
Da mesma forma, se durante as comemorações o folião se empolgar e perder a comanda de consumo, não pode ser multado pelo estabelecimento. “A comanda é o papel fornecido ao consumidor para que ele tenha acesso ao seu consumo. Quando ele a perde e há multa, isso é abusivo. Ele só pode pagar por aquilo que consumiu, tanto o CDC como leis estaduais asseguram esse direito”, concluiu Sobral.
Caso o consumir tenha caído em alguma dessas “armadilhas de consumo” e/ou precise de orientação, o Procon Assembleia funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na sede da Superintendência de Programas Especiais, localizada na Avenida Ataíde Teive, 3510, bairro Buritis, e pelo WhatsApp (98401-9465) e no endereço (al.rr.leg.br/procon).
Consumo em alta
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o carnaval movimente R$ 8,2 bilhões, um crescimento de 26,9% com relação a 2022. A expectativa de alta tem contagiado desde as grandes empresas aéreas aos pequenos comerciantes, como Anny Karoliny Carvalho, proprietária de uma loja em Boa Vista.
A comerciante do ramo de acessórios e vestuário se programou com antecedência para suprir a demanda represada dos anos anteriores. “Nossa expectativa é muito boa para o carnaval, porque estamos há dois anos sem essa festa popular que movimenta a cidade. Por isso, nos organizamos e estamos com o estoque triplicado e desde 1ª de fevereiro temos a nossa coleção exposta”, disse Karoliny.
Satisfeita com as vendas do período, ela revela quais são as escolhas preferidas dos boa-vistenses na hora da folia. “Temos muita saída de fantasia pra criança com personagens, adultos também se jogam na brincadeira. De uma forma geral, sai de tudo um pouco, mas os acessórios dão um “tchan” a mais e têm saído bastante”, contou.
Suellen Gurgel