Projeto da ALE-RR leva informações sobre combate ao tráfico humano a escola do bairro Raiar do Sol

Palestras de representantes de instituições públicas e privadas foram proferidas para um público de mais de 300 estudantes. – Fotos: Marley Lima

Como o intuito de levar informações sobre o combate ao tráfico humano para a comunidade escolar, nesta sexta-feira, 28, o “Educar é Prevenir” concluiu uma série de atividades no Colégio Estadual Militarizado Professora Wanda David Aguiar, localizado no bairro Raiar do Sol, zona Oeste de Boa Vista. O projeto faz parte do Centro de Promoção, Prevenção e Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas, do Programa de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

Glauber Rocha

Durante esta semana, a equipe da ALE-RR capacitou professores e alunos sobre as modalidades, formas de aliciamento, prevenção e desmistificação de temas relacionados ao tráfico de pessoas. O principal foco do projeto é promover um diálogo com docentes, discentes, pais e servidores e levar informações pontuais sobre o crime.

O coordenador do Centro de Promoção às Vítimas de Tráfico de Pessoas da ALE-RR, Glauber Rocha, ressaltou que o Educar é Prevenir é desenvolvido desde 2017 e que as ações de prevenção contra o tráfico de pessoas envolvem toda a escola.

Socorro Santos

“Essa é a 37ª unidade de ensino em que a gente trabalha, em uma parceria de sucesso com vários agentes da rede de proteção. Nós capacitamos os docentes, que levam essa temática para as salas de aula e fazem trabalhos com os alunos. Hoje [sexta-feira], a gente encerra o projeto no colégio com uma roda de conversa composta de autoridades que combatem esse crime no Estado”, declarou Rocha.

Socorro Santos, diretora do Programa de Direitos Humanos da ALE-RR, enfatizou que Roraima é rota do tráfico humano, o que torna esse crime mais comum do que se imagina.

“É de suma importância a sensibilização que a Assembleia Legislativa faz nas escolas, principalmente levando informação aos professores da rede estadual e aos alunos, pois a gente traz essa realidade sobre as rotas do tráfico humano, seja interno no Estado, interestadual ou até mesmo o internacional”, afirmou.

Nathália Yasmin

Participante ativa das palestras e da roda de conversa, a aluna Nathália Yasmin, de 15 anos, considerou o evento bem esclarecedor. “Com o projeto, percebemos como os aliciadores se aproveitam dos sonhos que os jovens têm, a exemplo de ser modelo, cantora ou jogador. A gente precisa ter muito cuidado com quem conversa, principalmente sobre as nossas informações pessoais”, disse.

Lindalva Cabral, gestora pedagógica da escola, classificou a ação do programa especial da ALE-RR como essencial para a apresentação do tema aos estudantes. “Nunca tivemos conhecimento de que o tráfico de pessoas tenha ocorrido com os nossos alunos, porém o abuso sexual sim, crime que está associado à temática. Por isso, foram muito elucidativas para a nossa comunidade todas as informações passadas, pois certamente isso vai auxiliar toda nossa equipe”, avaliou.

Verônica Cisz

Uma das palestrantes foi Verônica Cisz, policial rodoviária federal (PRF). Ela destacou que esse trabalho de base com os estudantes é necessário para identificação e combate ao crime.

“Esse trabalho é essencial para a PRF, porque é uma ação preventiva para evitar algo com que a gente vai lidar lá na frente. Afinal, o tráfico de pessoas passa por nós, nas rodovias, e geralmente o que a gente encontra são famílias destruídas, jovens que têm ilusões de que vão ter um bom emprego e ganhar um bom dinheiro, sendo que na verdade vão ser explorados de alguma forma”, disse Cisz.

A rodada de palestras contou com a participação de representantes do Conselho Tutelar, Organização Internacional para as Migrações (OIM) e da Rede Um Grito pela Vida, entidade da Conferência dos Religiosos do Brasil.

Política pública e atendimento

O recrutamento, transporte ou alojamento de pessoas, por ameaça ou uso da força para fins de trabalho análogo à escravidão, exploração sexual, remoção de órgãos e adoção ilegal são alguns tipos mais comuns do tráfico de pessoas.

Desde 2017, o Poder Legislativo trata o tema como política pública por meio do Centro de Promoção às Vítimas de Tráfico de Pessoas do Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CPVTP – PPDHC), que abarca o Centro de Promoção às Vítimas de Tráfico de Pessoas, os projetos “Educar é Prevenir”, “Prevenção sem Fronteiras” e “Mira Ellos”, e é pioneira nas ações de prevenção.

Os gestores escolares interessados em receber a semana instrutiva do Educar é Prevenir podem procurar atendimento na sede do Programa de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania, na Rua Coronel Pinto, 524, bairro Centro, ou pelo e-mail traficodepessoas.rr@gmail.com.

Confira a programação anual do Projeto Educar é Prevenir

MÊS | ESCOLAS | BAIRRO

Abril | CME Professora Wanda David Aguiar | Raiar do Sol

Abril | E.E. Professor Hildebrando Ferro Bittencourt | Bairro dos Estados

Maio | E.E. Monteiro Lobato | Centro

Maio | E.E. Gonçalves Dias | Canarinho

Junho | CME Camilo Dias | Liberdade

Julho | CME Professor Carlo Casadio | Cinturão Verde

Agosto | CEM Carlos Drummond de Andrade | Pricumã

Agosto | E.E. Fagundes Varela | Nova Cidade

Setembro | CME Professor Severino Gonçalo Cavalcante | Dr. Sílvio Botelho

Setembro | E.E. Jesus Nazareno de Souza Cruz | Caranã

Outubro | E.E. Professora Coema Souto Maior | Tancredo Neves

Outubro | CEM Dr. Luiz Ritler Brito de Lucena | Nova Cidade

Novembro | CEM Professora Maria de Lourdes Neves | Pintolândia

Anderson Caldas

 

Veja também

Topo