Terra de Ninguém: PCRR deflagra operação para prender envolvidos em execução de corretor de imóveis

Investigações apontam que o crime pode ter sido orquestrado, isolada ou conjuntamente, pelo grupo de investigados que é composto por empresários. – Foto: Ascom/PCRR

A PCRR (Polícia Civil de Roraima) deflagrou nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, 20, a operação “Terra de Ninguém”, que teve por objetivo cumprir dois mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão, no bojo das investigações que visam esclarecer a autoria e a materialidade do homicídio qualificado do empresário e corretor de imóveis Zirley Cléber Barros, de 47 anos, ocorrido no dia 30 de janeiro deste ano, no bairro Mecejana.

De acordo com informações prestadas pelo diretor do DHPP, delegado Marcos Lázaro, o crime pode estar relacionado a negociação ilícita de terras públicas “esquentadas” mediante a prática de fraude documental em processos de regularização fundiária, nos estados de Roraima e Amazonas. Os investigados teriam movimentado milhões de reais entre os estados de Roraima e do Paraná no curto espaço de um ano.

As investigações apontam que o crime pode ter sido orquestrado, isolada ou conjuntamente, pelo grupo de investigados que é composto por empresários.

A ação foi determinada pela DG (Delegacia Geral), contou com a governança estratégica do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa) e foi supervisionada administrativa e operacionalmente pela DGH (Delegacia Geral de Homicídios), tendo envolvido 82 policiais entre delegados, agentes e escrivães de Polícia. A operação integrou policiais subordinados ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), DOPES (Departamento de Operações Especiais), DPJC (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), Denarc (Departamento de Narcóticos), DPE (Departamento de Polícia Especializada) e DPJI (Departamento de Polícia Judiciária do Interior).

Segundo Marcos Lázaro, logo após o assassinato do empresário, a equipe da DGH (Delegacia Geral de Homicídios) iniciou as diligências para esclarecer o crime.

O diretor explica que na execução das ações apuratórias, nenhuma linha de investigação foi descartada, circunstância que permitiu identificar dois homens que teriam fornecido o veículo utilizado no crime, bem como identificar os possíveis atores que teriam orquestrado a execução em via pública, colocando em risco pessoas inocentes que não tinham nenhuma ligação com os envolvidos ou com os fatos em apuração.

Operação Terra de Ninguém

A Operação Terra de Ninguém foi deflagrada nesta segunda-feira em vários pontos de Boa Vista e em Rorainópolis. Ao longo da manhã, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão, decretados pela Justiça em atendimento à representação criminal.

Dos mandados de prisão, foi cumprido um no bairro Trinta e Um de Março, contra o funcionário de uma locadora, M. V. B. S. S. de 34 anos e outro no KM 100, contra J. S. M., de 35 anos.

Dos mandados de busca e apreensão, dez foram cumpridos em Boa Vista e três no município de Rorainópolis.

A ação levou os agentes a apreender vários documentos relacionados a transações imobiliárias, regularização fundiária, telefones celulares, terminais móveis de pagamento, mídias removíveis, equipamentos de informática, uma pistola calibre 9mm Luger e um revólver calibre .38 SPL.

O nome usado para a operação, Terra de Ninguém, remete a um termo empregado para designar um território não ocupado ou, mais especificamente, um território sob disputa entre partes que não o ocuparam por medo ou incerteza. O termo é uma derivação da expressão da língua inglesa “no man’s land” criada durante a Primeira Guerra Mundial, podendo também se referir a local onde não há ordem ou regras.

“A Operação Terra de Ninguém faz uma alusão à impressão de que outros envolvidos, os investigados e mesmo os presos, possuíam no sentido de estarem operando suas ações criminosas sem qualquer controle, vez que, em um estado democrático de direito, todos, sem exceção, devem atuar nos limites da Lei, bem como devem responder individualmente pelos seus atos”, ressaltou o diretor.

Ainda segundo Marco Lázaro, após o encaminhamento dos bens apreendidos para processamento junto à perícia criminal e a análise dos diversos documentos apreendidos, outros envolvidos nos crimes podem ser identificados e novas prisões podem ocorrer.

 

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