O Auditório Alexandre Borges receberá no dia 24 de agosto uma “Roda de Conversa sobre os impactos da Hidrelétrica do Bem Querer e as alternativas energéticas”. A ação é organizada pela Frente em Defesa do Rio Branco em parceria com a Universidade Federal de Roraima e terá início às 18h30.
O evento tem como público alvo estudantes, professores, técnicos, integrantes de movimentos sociais e população em geral e é totalmente aberto ao público. A roda de conversa contará com a participação de acadêmicos, professores e pesquisadores da UFRR, representantes de entidades de classe e integrantes de movimentos ligados à causa ambiental.
A atividade tem como principais objetivos estimular as discussões na comunidade universitária sobre os impactos da construção da Hidrelétrica do Bem Querer, bem como divulgar informações sobre o licenciamento, aspectos técnicos do projeto e os riscos de inundação dos sítios arqueológicos, terras indígenas, áreas urbanas, praias e segmentos econômicos, como o de produção de grãos, pecuária, pesca artesanal e comercial, turismo e lazer.
O professor Carlos Alberto de Sousa Cardoso, integrante da Frente em Defesa do Rio Branco e um dos organizadores do evento, reforçou a relevância do rio para a sociedade roraimense ao justificar a importância do debate sobre a construção da Hidrelétrica do Bem Querer: “O rio Branco é o principal curso hídrico do nosso estado. Além de sua relevância intrínseca, ele ocupa um lugar significativo no imaginário da sociedade roraimense (…) o rio possui uma importância cultural multifacetada para nossa sociedade, seja poética, imagética, literária, para o turismo, no lazer com suas praias, pesca e esportes aquáticos. Portanto, é um rio de extrema importância, não apenas pelo aspecto cultural, mas também pela subsistência, visto que muitos pescadores dependem da pesca no rio Branco”, garantiu.
Além da presença do professor Carlos Alberto, a roda de conversa contará com a participação de quatro expositores, Bruno Campos Souza e Taina Ximenes Castelo Branco, ambos membros da Frente em Defesa do Rio Branco, professor doutor Vladmir de Souza, pesquisador que representa a Universidade Federal de Roraima no evento e Letícia Barbosa, Presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRR e acadêmica da instituição, além de um representante do Conselho Indígena de Roraima, que ainda terá o nome confirmado..
Cardoso também fez questão de lembrar quais riscos a construção de hidrelétrica trarão para o equilíbrio ecológico do estado, riscos os quais serão abordados durante a roda de conversa do dia 24.
“A possível construção da Hidrelétrica do Bem Querer ameaça toda a dinâmica do rio, tanto a montante quanto a jusante da hidrelétrica. Isso resultará em sérios problemas ambientais. A realização desse evento na UFRR é de suma importância, pois representa o ambiente propício para o debate, diálogo e a disseminação do conhecimento científico. O projeto da hidrelétrica, como atualmente apresentado à sociedade roraimense, parece carecer de transparência, já que algumas informações divulgadas não condizem com a realidade. Há níveis de impacto que estão sendo subestimados e áreas que o projeto afirma que não serão inundadas, mas que, na verdade, serão”, explicou Cardoso
“A intenção é trazer esse debate para nossa instituição de forma a esclarecer a comunidade acadêmica sobre o significado da construção da referida obra. E para que a sociedade roraimense, em caso de aprovação desse projeto, que poderá produzir energia elétrica em um processo extremamente duvidoso. Considerando que os estudos de impacto ambiental estão em fase de conclusão e prestes a serem apresentados ao Ibama e ao ICMBio, é fundamental que a sociedade esteja ciente das consequências nefastas para o nosso estado, especialmente para a cidade de Boa Vista”, reforçou.
Sobre a Frente em Defesa do Rio Branco
O Grupo Frente em Defesa do Rio Branco é um coletivo, criado em 2012, cujo objetivo único consiste na congregação de indivíduos interessados na proteção do nosso principal curso hídrico contra empreendimentos como o Projeto de Construção da UHE de Bem Querer, bem como contra a contaminação por mercúrio e agrotóxicos. No entanto, o foco principal reside em compreender o estágio atual do licenciamento da hidrelétrica, explorar alternativas energéticas e elaborar estratégias de atuação, especialmente no que tange à comunicação, a fim de interromper esse processo que afetará vários municípios de Roraima, além da capital Boa Vista.