O IBGE divulgou nesta quinta-feira, 17, os dados do Teste Nacional do Censo Demográfico, realizado de novembro de 2021 a meados de fevereiro de 2022. O teste aconteceu nos 26 estados e no Distrito Federal. Foram avaliados os equipamentos, sistemas de coleta, questionários, o processo de capacitação, a captura das coordenadas de GPS e a abordagem à população em contextos regionais.
O teste também deu início à estratégia de mobilização da sociedade para responder ao Censo, que visitará os mais de 70 milhões de domicílios brasileiros a partir de 1º de agosto. É a primeira vez que o IBGE organiza um teste dessa proporção para o Censo e divulga seus resultados em caráter experimental, para verificar a necessidade de melhorias técnicas e metodológicas a serem implementadas na operação definitiva.
Em Roraima, o teste aconteceu em Mucajaí, distante 58 km da capital. A equipe do IBGE visitou seis setores censitários no eixo central da cidade. 5.143 pessoas foram recenseadas. Desse total, 51,6% eram mulheres e 48,4% homens. A população idosa, de 60 anos ou mais, foi de 542 pessoas (10,5%). Os profissionais do IBGE foram a 2.301 endereços, sendo que 1.576 eram domicílios particulares permanentemente ocupados.
Das entrevistas realizadas, 99,9% foram na modalidade presencial, 0% pela internet e 0,1% por telefone. A operação em Roraima e nos demais estados foi considerada pelo IBGE como um sucesso. Em todas as localidades dos testes foram aplicados o questionário básico (26 perguntas) e o da amostra (77 perguntas).
“Selecionamos localidades visando aperfeiçoar os processos de coleta, levando em conta as diferentes características regionais do nosso país. Essa operação preparatória só foi possível graças ao engajamento do IBGE e de uma grande rede de parceiros, que envolveu governos locais, entidades públicas, privadas e da sociedade civil, em torno de uma só causa: realizar o censo brasileiro. E, claro, dos moradores que abriram as portas para o IBGE”, agradeceu o presidente do Instituto, Eduardo Rios Neto.
Números do teste em Mucajaí-RR:
– 5.143 pessoas foram recenseadas no eixo central de Mucajaí (entre as 27 unidades da Federação que realizaram o teste, Mucajaí foi a 7ª localidade com mais pessoas recenseadas)
– Os recenseadores visitaram 2.301 endereços, sendo que 1.576 eram domicílios ocupados (Mucajaí foi a localidade com mais habitantes por domicílio, com 3,3 pessoas).
– Das entrevistas realizadas, 99,9% foram na modalidade presencial, 0% pela internet e 0,1% por telefone (Mucajaí foi a 6ª localidade que percentualmente mais realizou entrevistas presenciais).
– Dos moradores do eixo central do município, 51,6% são mulheres e 48,4% são homens (Mucajai foi a 2ª localidade com menor percentual de pessoas idosas por domicílio: 10,5%).
– Em agosto, o Censo 2022 começará a visitar todos os domicílios do país, incluindo as localidades recenseadas durante os testes.
Teste nos 26 estados e no Distrito Federal
O IBGE não mediu esforços nem distâncias para realizar os testes. Selecionou desde bairros de capitais – como Minas Brasil, em Belo Horizonte (MG), e Tucumã, em Rio Branco (AC) – a localidades distantes dos grandes núcleos urbanos – como o Centro de Bacabal, a 248 km de São Luís (MA), a comunidade ribeirinha de Novo Remanso, a 200 km de Manaus (AM) e o município de Tigrinhos, a nove horas de carro de Florianópolis (SC).
Em Minas Brasil, Belo Horizonte (MG), verificou-se a maior taxa de entrevistas por telefone 7,5%. Já na localidade de Novo Remanso, em Itacoatiara (AM), no distrito de Macujê, em Aliança (PE), e nos municípios de Passagem (RN), Jardim Olinda (PR) e Tigrinhos (SC) todas as entrevistas foram realizadas presencialmente.
No estado do Rio de Janeiro, além de Paulo de Frontin, o IBGE realizou testes em aglomerados subnormais (favelas) e domicílios improvisados (prédios em construção e barracas) de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e em terras indígenas e territórios quilombolas de Angra dos Reis e Paraty, no Sul do estado. Os dados dessas localidades, porém, não serão divulgados porque essas comunidades não foram exaustivamente recenseadas. Isso vai acontecer na coleta oficial do Censo.
“Foi a primeira vez que realizamos um teste para o Censo dessa magnitude, em todas as unidades da federação. Além de testar a operação em campo, o grande objetivo foi mostrar à população os benefícios do Censo e ainda gerar mobilização e dar visibilidade à operação. Isso foi feito com muito sucesso, graças a apoios e parcerias que merecem nosso profundo agradecimento”, afirma o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.
“O teste foi um esforço em busca de qualidade e aperfeiçoamento, sobretudo no que tange ao processo de ambientação e capacitação dos coordenadores estratégicos do Censo. Destaco que seguimos recomendações internacionais para realização do censo e que a função essencial da operação é contar todo mundo em um mesmo período. Por isso, vamos voltar a essas localidades, em agosto, para recenseá-las novamente”, acrescenta.
“Realmente, o teste cumpriu seus principais objetivos, que foram mobilizar as equipes do IBGE nas unidades estaduais e testar os equipamentos e sistemas do Censo. Também verificamos a modalidade mista de coleta e os protocolos sanitários contra a Covid-19. Além disso, buscamos disseminar informações sobre a operação e sensibilizar a sociedade para que responda o Censo”, disse o responsável pelo projeto técnico do Censo Demográfico, Luciano Duarte.
Teste gerou mapas com coordenadas dos domicílios
Além desses dados, o IBGE disponibilizou mapas, que registraram, pela primeira vez em um teste para o Censo Demográfico, as coordenadas de todos os domicílios visitados.
“Os mapas das localidades pesquisadas mostram, de forma clara e objetiva, através dos pontos amarelos, que os recenseadores estiveram em todos os endereços dos setores testados. E revelam também um dos muitos compromissos do IBGE: o cuidado no acompanhamento da operação censitária, da evolução do trabalho dos recenseadores de porta em porta, endereço por endereço”, explica o diretor de Geociências do IBGE, Claudio Stenner.
IBGE visitará mais de 70 milhões de domicílios no país a partir de agosto
Em 1º de agosto, a coleta oficial do Censo Demográfico começa em todo o país, mobilizando mais de 200 mil pessoas. Os recenseadores do IBGE vão visitar mais de 70 milhões de domicílios, incluindo os já recenseados durante o teste nacional, para retratar quantos somos e como vivemos.
O teste nacional incluiu todas as etapas do Censo, desde o treinamento dos recenseadores, montagem do posto de coleta, pesquisa do entorno, modelo misto de coleta, mobilização dos moradores e comunicação. Nos dias anteriores à coleta, foi feita a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, que coleta informações sobre a infraestrutura urbana, como a existência de calçamento, iluminação pública, rampas para cadeirantes e existência de arborização. Após o recenseamento, houve a fase de supervisão e, depois, a Pesquisa de Pós-Enumeração, que avaliou a cobertura e a qualidade da coleta de dados do estudo censitário.
Para garantir a segurança dos recenseadores e dos moradores durante os testes, as equipes do IBGE trabalharam seguindo protocolos sanitários de segurança contra a Covid-19, com o uso de máscara, higienização das mãos e equipamentos com álcool em gel e distanciamento social.
Os recenseadores sempre trabalham uniformizados, com boné e colete azuis com a logomarca do IBGE. No colete, há também o crachá de identificação, contendo a foto e os números de matrícula e identidade do entrevistador. Eles utilizam um Dispositivo Móvel de Coleta (DMC), semelhante a um smartphone, com uma capa de cor azul, para coleta das informações. Os moradores podem verificar a identidade de todos os entrevistadores através do site respondendo.ibge.gov.br ou do telefone 0800 721 8181.
No dia 1º de agosto o IBGE vai colocar em campo cerca de 180 mil recenseadores devidamente capacitados e uniformizados, dando início a fase de coleta das informações da maior operação censitária da América Latina e uma das maiores do mundo. O Censo será realizado nos meses de agosto a outubro com divulgação dos primeiros resultados prevista para dezembro.
O apoio da sociedade na realização do Censo do Brasil é fundamental para sucesso da operação. Como ocorre em todas as pesquisas do IBGE, as informações prestadas pelos moradores aos recenseadores são confidenciais e o sigilo é garantido.