Comissão de Indústria da ALE-RR se reúne com representantes do setor agroindustrial

Indústria de bebidas pede incentivos na redução do ICMS para competir com mercado nacional. – Fotos: Eduardo Andrade

Conhecer as demandas da indústria foi o objetivo da reunião da Comissão de Indústria, Empreendedorismo, Comércio, Turismo e Serviços da Assembleia Legislativa (ALE-RR), com representantes de sindicatos na Federação da Indústria do Estado de Roraima (Fier), na tarde desta segunda-feira, 8.

Deputado Gabriel Picanço

De acordo com o presidente da comissão, deputado Gabriel Picanço (Republicanos), essa é a quarta reunião voltada aos setores da indústria e comércio de Roraima. A primeira foi na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), a segunda, na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo em Roraima (Fecomércio), e a terceira, na Fier.

“Essa é uma das comissões mais importantes da Assembleia Legislativa. Estamos trazendo o Poder Legislativo para dentro das associações afins. Vamos colher delas as informações para beneficiar o setor e levar os problemas para o Executivo e Legislativo, aproveitando algumas ideias para poder alavancar o Estado”, explicou Picanço.

Vaneri Verri

O parlamentar destacou que a reunião também tem como finalidade afinar o relacionamento do setor produtivo e da indústria com o Poder Legislativo. “Vamos levar para o Executivo, que é onde se resolvem os problemas, para desenvolver o Estado. Daqui, podem sair projetos de lei que vão beneficiar o segmento e Roraima”, afirmou.

Vaneri Verri, presidente do Sindicato das Indústrias de Bebidas do Estado (Sinbra), reclamou que há muito tempo a produção em Roraima não tem incentivo do governo estadual.

“O que acontece hoje é que as bebidas produzidas aqui pagam o dobro do imposto em relação ao que entra no Estado. Isso não fica nem um pouco interessante para as redes de supermercados e atacadistas comprarem o que é produzido localmente. Com isso, inexiste competitividade, e se não bastasse, não temos nenhuma lei de incentivo local como nos estados de Mato Grosso, Amazonas e Minas Gerais”, argumentou.

Conforme detalhou Verri, os grandes vilões da competitividade são a guerra fiscal e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Maclison Chagas

“A gente concorre com produtos de Manaus que têm incentivo de até 55% na sua base de composição. O único incentivo que vamos ter aqui é dos insumos, e isso não alcança a competitividade necessária”, reforçou, ao salientar que quando o consumidor vê no mercado água e refrigerante vindos de Manaus, com preço mais atrativo, cerca de R$ 3 mais barato, é justamente pela falta de estímulo aos produtores de Roraima.

O assessor jurídico da Fier, Maclison Chagas, disse que existem muitas demandas do setor pendentes de aprovação no Poder Legislativo, e que a ida da comissão à federação é uma forma de aproximar e discutir essas necessidades.

“Temos diversas demandas, mas a principal que hoje foi discutida é a do Sindicato de Bebidas, que alega a falta de incentivo na tributação do ICMS, e apresenta algumas propostas de redução de alíquota. Acreditamos que a Assembleia Legislativa pode, de alguma forma, promover os encaminhamentos, seja por meio de leis ou de intervenção junto ao Poder Executivo. É isso que a gente espera”, ressaltou.

Marilena Freitas

 

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