IFRR e representantes do governo federal discutem ações de educação para imigrantes e refugiados

Comitiva do governo federal está em Roraima visitando cidades, como Pacaraima e Boa Vista, e reunindo-se com representantes de instituições governamentais e não governamentais. – Fotos: Gildo Júnior

Na manhã desta quarta-feira, 30, gestores do Instituto Federal de Roraima (IFRR) e representantes do Ministério de Educação (MEC) e do Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) estiveram reunidos para tratar de ações na área de educação voltadas a pessoas imigrantes e refugiadas.

Durante toda esta semana, a comitiva do governo federal vai estar em Roraima visitando cidades, como Pacaraima e Boa Vista, e reunindo-se com representantes de instituições governamentais e não governamentais para tratar do atendimento a esse público, que tem demandado ações efetivas em todas as áreas (saúde, segurança, educação, moradia, social, entre outras).

Para se ter uma ideia, os primeiros resultados do Censo 2010-2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes à população e aos domicílios mostram que Roraima foi o estado com o maior crescimento populacional no País (41,2%). Passou de 451,2 mil habitantes para 636,6 mil. Em 12 anos, ganhou 185.076 novos habitantes. O crescimento foi registrado nos 15 municípios, sendo que Boa Vista concentra quase 65% da população.

Na reunião entre a comitiva e os gestores do IFRR, foram tratados problemas que afligem de perto os imigrantes e refugiados, em especial os que entram pela fronteira do Brasil com a Venezuela. Na pauta, foram abordados temas como o cenário preocupante de crianças e jovens fora da sala de aula, a formação inicial e continuada desse público, a dificuldade de revalidação do diploma, a inserção no mercado de trabalho, a questão da xenofobia, entre outros.

Os gestores do IFRR falaram dos projetos e das ações desenvolvidos por meio dos campi da instituição, como o curso de Magistério Indígena, ofertado pelo Campus Avançado Bonfim, bem como da presença do instituto nos 15 municípios de Roraima, seja por meio da Educação a Distância, seja por meio de ações presenciais das unidades de ensino.

De acordo com a reitora do IFRR, Nilra Jane Filgueira, a reunião foi demandada pela comitiva do governo federal e, a partir da troca de informações, ela vai aguardar os encaminhamentos que a comitiva fará, ao final da missão nesta semana, para saber como o instituto poderá contribuir. “Eles ficaram surpresos com o que já desenvolvemos por iniciativa própria, pois não sabiam de muitas das nossas ações. Então, a intenção é fortalecer nossas ações com orçamento, com a parte técnica, e é desse fortalecimento que a gente precisa para ampliar nosso atendimento”, comentou.

A chefe de Divisão da Assessoria de Assuntos Internacionais do MEC, Michele Nunes, explicou que a intenção é somar forças para ampliar o atendimento.

“A partir dessa reunião, desse primeiro contato com todas as secretarias que estão envolvidas nessa missão, a ideia é endereçar a pauta da educação indígena, do reconhecimento de saberes, de pensar em linhas específicas, dentro do Pronatec, voltadas às mulheres, da capacitação de professores, da inclusão do idioma, do reposicionamento profissional do imigrante que chega ao País por Pacaraima. A ideia é aproveitar a disposição e o conhecimento do IFRR e potenciar essa capilaridade com o apoio dos nossos programas, das nossas linhas orçamentárias e financeiras do governo federal”, disse.

Rebeca Lopes

 

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