Secretários de Saúde discutem enfrentamento do surto de dengue no Brasil

Secretária Cecília Lorenzon destacou que a vacina é uma medida a médio e longo prazos de controle e vigilância da dengue. – Fotos: Divulgação/Conass

A primeira reunião ordinária do ano do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, em Brasília, que teve continuidade nesta quinta-feira, 1º, pautou o surto de dengue no Brasil e as pactuações acerca da distribuição das doses da vacina adquiridas pelo Ministério da Saúde. As doses serão enviadas aos estados brasileiros neste mês de fevereiro.

Representando Roraima, a secretária titular da Sesau (Secretaria de Saúde), Cecília Lorenzon disse que a reunião debateu todas as nuances dos estados brasileiros com relação ao enfrentamento da dengue. “Medidas foram adotadas e em especial ficou sedimentado que a vacinação é uma ferramenta adicional disponibilizada para o enfrentamento a essa doença, contudo, não é a primeira medida a ser adotada”, enfatizou.

Ela destacou que a vacina é uma medida a médio e longo prazos de controle e vigilância da dengue. “Serão aplicadas duas doses em um intervalo de três meses, o que vai fortalecer o cuidado com a saúde e prevenção”, disse.

Conforme ela, o surto de dengue que está assolando o Brasil acende um alerta, em especial para Roraima, que vai iniciar o período chuvoso, o que facilita a evolução de criadouros do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue. “No Brasil foram registrados cerca de 243 mil casos suspeitos de dengue somente nas quatro primeiras semanas do ano, o que representa preocupação para o Ministério da Saúde, que busca intensificar as ações”, frisou.

Cecília Lorenzon

Os dados do Boletim de Monitoramento de Arboviroses, da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde da Sesau, apontam crescimento dos casos prováveis de dengue nas três primeiras semanas de 2024. Foram contabilizados 40 casos prováveis, sendo 35 só em Boa Vista, o que representa aumento de 400% em relação ao ano passado, quando foram oito casos.

E o mais preocupante, segundo afirma a gerente do Núcleo de Controle de Febre Amarela e Dengue, Rosângela Santos, é que 70% dos focos do mosquito Aedes aegypti foram encontrados dentro dos domicílios, principalmente no lixo doméstico.

A busca ativa e eliminação dos criadouros do mosquito é uma atribuição das prefeituras municipais, por meio das equipes de endemias que fazem visita domiciliar e orientam a população acerca da importância de manter os quintais limpos.

No plano de enfrentamento à dengue em 2024, Boa Vista recebeu do Ministério da Saúde a ordem de R$ 367.896,27 para adotar medidas eficazes no combate ao mosquito e reduzir os casos da doença na Capital. Receberam recursos também os municípios de Caroebe, Iracema, Normandia, Pacaraima, Rorainópolis e São João da Baliza.

Cecília Lorenzon alerta que é necessário que toda a sociedade tenha o mesmo controle rígido e efetivo sobre os seus lares, suas propriedades, de modo a evitar as águas acumuladas e proliferação do mosquito Aedes aegypti.

“Essa somatória de esforços resultou ainda em num plano de emergência disponibilizado pelo Ministério da Saúde para o estado ou município que se fizer necessário. Então todas essas ações têm como finalidade preservar nossos usuários, cuidar da nossa população e promover um SUS [Sistema Único de Saúde] mais forte”, frisou a secretária de Saúde.

A vacina

A vacina contra a dengue será distribuída pelo Ministério da Saúde a 521 municípios brasileiros. A primeira remessa da vacina, com cerca de 757 mil doses, já chegou ao Brasil e uma outra remessa com mais 568 mil imunizantes chega em fevereiro. O quantitativo geral adquirido pelo órgão ministerial para 2024 é de 5,2 milhões de doses.

O público-alvo da campanha 2024 será crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue.

Em Roraima, a campanha contemplará os municípios de Boa Vista, Bonfim, Cantá, Mucajaí, Iracema, Normandia, Pacaraima, Amajari, Uiramutã e Alto Alegre.

Leandro Freitas

 

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