Combate à Dengue: Boa Vista apresenta baixa visita a domicílios

Capital concentra hoje 192.940 domicílios e, ao longo de 2023, apenas 48.027 casas foram visitadas por um agente de endemias. – Fotos: Ascom/Sesau

O Boletim de Monitoramento das Arboviroses, produzido pela Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, da Sesau (Secretaria de Saúde), apontou que em 2023, a capital Boa Vista apresentou um dos menores índices de visitação domiciliar que tem a finalidade de identificar e eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue.

Boa Vista concentra hoje 192.940 domicílios e, ao longo de 2023, apenas 48.027 casas foram visitadas por um agente de endemias, o que representa 24% do total. Os municípios de Uiramutã, São João da Baliza, Caroebe e Bonfim foram os únicos a atingir 100% da meta preconizada.

Essa baixa na busca ativa pelos criadouros da dengue tem provocado uma onda de casos prováveis nessas primeiras semanas de 2024. De acordo com o sistema da CCVS, em 2024 a Secretaria Municipal de Saúde não informou, até o momento, quantos domicílios foram visitados no mês de janeiro até o dia 5 de fevereiro de 2024.

Os dados do boletim apontam que entre janeiro e fevereiro de 2024 (até o dia 5), foram notificados 87 casos prováveis de dengue. A evolução é crescente. Na primeira semana do ciclo de janeiro, eram 14 casos prováveis; na segunda semana esse número saltou para 21, e depois para 24.

A coordenadora Geral de Vigilância em Saúde, Valdirene Oliveira, faz um alerta para a população ficar atenta à limpeza dos quintais e evitar acúmulo de água. “A melhor forma de prevenir da dengue é a eliminação dos criadouros, ou seja, eliminar a água parada, eliminar possíveis criadouros, manter os quintais limpos e abrir a porta para o agente de endemias, porque está preparado para identificar e eliminar os possíveis criadouros do mosquito”.

Dos casos prováveis de dengue, o bairro que apresentou maior número foi o Senador Hélio Campos, com seis casos, seguido dos bairros Centenário, Cidade Satélite, Caranã e São Bento, com cinco casos, respectivamente.

Atendimento de casos inicia nos postos de saúde

O fluxo de dengue está definido em quatro grupos. No Grupo A, pessoas que apresentam sintomas clássicos de dengue, como febre com duração máxima de sete dias, dor de cabeça, cansaço, dores musculares e nas articulações, dor na barriga e atrás dos olhos, devem procurar as 34 unidades básicas de saúde (postos de saúde) localizados nos bairros de Boa Vista.

“Ao suspeitar ou apresentar esses sintomas, a pessoa deve procurar imediatamente a unidade básica de saúde mais próxima de casa para iniciar o fluxo de atendimento e tratamento. Todas as unidades estão preparadas para receber esse público”, disse Valdirene Oliveira.

O Grupo B apresenta manifestação hemorrágica espontânea. São sintomas como febre alta contínua por no máximo sete dias, seguida de forte dor de cabeça, cansaço, forte dor na região dos olhos e até sangramento menor em trato gastrointestinal. Nesse caso, o paciente deve procurar as unidades de pronto atendimento do Governo do Estado (Pronto Atendimento Cosme e Silva, na zona Oeste, e Pronto Atendimento Airton Rocha, no complexo hospitalar HGR).

O Grupo C responde pelos sinais de alerta, já em via de agravamento. Os sintomas consistem em dor abdominal interna e contínua, vômito persistente, sonolência ou irritabilidade, hemorragias, desconforto respiratório e queda das plaquetas. O atendimento desse paciente é nos hospitais estaduais.

O Grupo D é para pacientes com sinais de choque. Pressão arterial convergente, hipotensão arterial, extremidades frias, pulso rápido e arrepios. O atendimento deve ser imediato nos hospitais estaduais.

Leandro Freitas

 

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