Presidente da OAB-RR assina petição de representação contra delegado da PF por abuso de autoridade

Ednaldo Vidal defende que as prerrogativas advocatícias asseguradas por Lei Federal, não podem ser violadas por uma autoridade do Estado, quando se está exercendo o sacerdócio da profissão. – Foto: Ascom/OAB-RR

O presidente da OAB Roraima, Ednaldo Gomes Vidal, assinou a petição apresentada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), pelo Conselho Federal, a Diretoria Nacional e o Colégio de Presidentes de Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), representando contra o delegado da Polícia Federal, Hiroshi de Araújo Sakaki, que analisou e expôs de forma ilegal as comunicações entre um advogado e seu cliente.

“Toda sociedade é assistida pelo direito de defesa, uma garantia constitucional, bem como a Advocacia tem suas prerrogativas asseguradas por Lei Federal. E é inaceitável que estas sejam violadas por uma autoridade do Estado, quando se está exercendo o sacerdócio da profissão, em nome do direito de defesa um direito individual inerente a todos os cidadãos”, afirmou Vidal.

STF excluiu conversas de advogado expostas

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), proferiu na terça-feira, 20, decisão favorável à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para assegurar o sigilo das comunicações entre advogados e clientes. Na decisão, Toffoli determina a exclusão das transcrições e menções das mensagens trocadas entre o advogado Ralph Tórtima e seu cliente dos autos do processo, que foram ilegalmente analisadas e expostas por um delegado da Polícia Federal.

No último domingo, 18, o Conselho Federal da OAB, a Diretoria Nacional e o Colégio de Presidentes de Seccionais da Ordem apresentaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) petições em defesa das prerrogativas da advocacia com foco no sigilo das comunicações entre advogado e cliente.

“A decisão reforça a importância do sigilo das comunicações entre advogados e clientes, um princípio fundamental para a garantia do direito de defesa. A exclusão das transcrições e menções das mensagens ilegalmente analisadas e expostas é crucial para preservar a integridade do processo legal. Essa medida resguarda não apenas os direitos dos envolvidos, mas também a confiança no sistema judiciário. A OAB segue firme na defesa intransigente do Estado de Direito e da justiça para todos”, destaca o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti.

Além de solicitarem que as conversas ilegalmente analisadas e expostas fossem retiradas do processo e declaradas nulas para fins do processo, pediram que o delegado responsável por praticar a violação seja punido criminalmente, como determina a lei, sendo franqueado acesso à ampla defesa e contraditório ao infrator. A OAB ainda solicitou que STF e PGR apurem o caso para buscar a responsabilização e punição dos responsáveis pelo abuso, defendendo que eles tenham acesso à ampla defesa e contraditório.

O presidente da OAB enfatiza que a decisão não é apenas uma conquista para a advocacia, mas também uma vitória para todos os cidadãos. “As prerrogativas da advocacia têm como objetivo principal garantir os direitos e assegurar as garantias dos cidadãos representados pelos advogados”, ressalta Simonetti. Ele destaca ainda que é essencial não retroceder a períodos nos quais os direitos e as liberdades fundamentais não eram reconhecidos. “Preservar a democracia requer proteger os seus alicerces, o que inclui, sem dúvida alguma, as prerrogativas da advocacia”, conclui.

Com informações: CFOAB

 

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