Em 2024, Roraima dará mais um passo importante para o processo de desenvolvimento econômico. Depois de alcançar em 2018 o status de livre de febre aftosa com vacinação, o Estado se prepara para conquistar também o status de livre de febre aftosa sem vacinação.
A mudança, autorizada pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), é resultado das medidas de garantia da sanidade animal executadas pelo Governo de Roraima. A decisão foi anunciada em dezembro do ano passado pelo Ministério e é o reconhecimento do resultado promissor que o Estado tem registrado nos últimos anos.
Para concretizar a nova forma de trabalho em relação à febre aftosa, o ciclo de imunização contra a doença será encerrado com a 47ª Campanha de Vacinação contra Febre Aftosa, em atendimento ao cronograma já previsto anteriormente pelo Mapa.
As últimas vacinas serão aplicadas entre os dias 1º a 31 de março pela Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima), com a expectativa de imunizar 1.229.778 animais, de toda faixa etária.
Com a mudança, as campanhas de imunização serão substituídas por ações de vigilância, sorologias, barreiras móveis, fiscalização, atualização cadastral e educação sanitária em eventos agropecuários.
“Fico muito orgulhoso com essa conquista, pois a decisão do Ministério de autorizar a substituição da vacinação por outras formas de prevenção contra a febre aftosa significa o reconhecimento do trabalho que está dando certo em Roraima. Com essa última campanha de vacinação encerramos um ciclo que teve início em 2001, e que até o momento foi executado com muita responsabilidade. Agora vamos nos preparar para iniciar uma nova fase com o mesmo compromisso entre o Governo, os produtores rurais e técnicos da Aderr. É mais um passo importante no desenvolvimento da nossa pecuária”, declarou o governador Antonio Denarium sobre a iminência do novo status da sanidade animal em Roraima.
De acordo com o presidente da Aderr, Marcelo Parisi, as ações serão feitas em conjunto com todos os envolvidos na cadeia produtiva da carne, a fim de assegurar a área livre de febre aftosa sem vacinação.
“Esse ano a Agência completa seu 16º ano de criação, e com o desmembramento da política de sanidade animal temos o orgulho de ver que a 47ª campanha no Estado, que é a 31ª realizada pela Aderr desde a criação do órgão. Esse momento será um marco para Roraima”, complementou.
Notificação
Os produtores rurais e pecuaristas terão o mês de março para adquirir as vacinas, e até o dia 15 de abril, para fazer a notificação do rebanho em qualquer dos pontos da Agência de Defesa ou também pelo acesso próprio no site da Aderr.
“Com a autorização do Ministério da Agricultura para a substituição da vacinação da febre aftosa, que deve ocorrer a partir do 2º semestre desse ano, teremos a possibilidade real de, a partir de 2025, sermos também livre de aftosa sem vacinação. Será um passo fundamental para o reconhecimento internacional, para alcançar novos mercados desse rebanho que é tão importante para a economia de Roraima e que conta com tanta gente envolvida na criação e na produção de animais aqui no Estado”, reforçou o presidente.
Roraima melhorou índices de forma gradativa
Nos últimos 15 anos, Roraima saiu do status de “Não Livre” de febre aftosa para “Alto Risco”, em 2008, saltando para “Médio Risco”, em 2014.
Já o status de “Livre” da febre aftosa (com vacinação) foi alcançado em 2018. Desde então, o trabalho do Governo, por meio das instituições envolvidas nessa área, possibilitou o monitoramento das ações de prevenção e evolução positivas dos índices de cobertura vacinal.
Na campanha anterior foram vacinados animais de 0 a 24 meses, e a cobertura vacinal chegou a 97% do rebanho bovino no Estado.
Durante as ações de imunização, muitos obstáculos foram vencidos para tornar Roraima livre da doença. Foram realizadas várias campanhas de vacinação, além da Agulha Oficial nas terras indígenas e estabelecimento de parcerias com produtores e comerciantes.
Além dessas ações, os técnicos envolvidos na vacinação fazem visitas constantes às propriedades rurais, repassando informações relevantes a fim de orientar os produtores sobre a doença.
“Viemos trabalhando muito para garantir a permanência do nosso status sanitário. O produtor rural hoje tem a certeza que pode contar com o Governo. Nossa gestão coloca à disposição Unidades de Defesa Agropecuária [UDA] e Escritórios de Atendimento à Comunidade [EAC] em todos os municípios do Estado para atender de forma rápida caso ele precise”, destacou o governador Antonio Denarium.
Patrimônio bovino cresce a cada ano em quantidade e qualidade
O patrimônio bovino de Roraima é estimado em R$ 4 bilhões, conforme informações técnicas da Aderr.
Este ano, o rebanho bovino chega a 1.229.778 cabeças, resultado do trabalho de pecuaristas na melhoria genética, estrutura, alimentação e manejo. Além desses investimentos, tem também o incentivo do Governo do Estado com a execução de ações importantes na sanidade dos animais.
A iniciativa privada também vem investindo muito em modernização de cercas, currais, troncos, balanças, pastagens e em laboratórios para a transferência de embrião e fecundação in vitro, entre outras medidas para fortalecer a produção. Essas medidas mudaram a pecuária do Estado e fortaleceram o segmento que, hoje, garante a exportação da carne de Roraima para outros países.
Todo este trabalho está sob o controle sanitário da Aderr, além do importante controle de trânsito animal, que é mantido dentro das exigências sanitárias por meio da GTA (Guia de Trânsito Animal). O resultado são carnes de qualidade e seus produtos e subprodutos linguiças, charques, carnes de sol e a tradicional paçoca.
Elias Venâncio e Lidiane Oliveira