“Te ofereço paz, te ofereço amor, te ofereço amizade, ouço tuas necessidades, vejo tua beleza, sinto os teus sentimentos, minha sabedoria flui, de uma fonte superior, e reconheço esta força em ti, trabalhemos juntos”. É com a letra da música do Grupo Arte Nascente, que a equipe do Programa Descomplica da Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR), realiza oficinas de mediação de conflitos entre alunos do ensino médio e fundamental, nas escolas visitadas.
A Escola Estadual Fagundes Varela, no bairro Nova Cidade, é a primeira a receber as palestras em 2024. Usando métodos lúdicos e audiovisuais, os assuntos abordados são o bullying, autoestima, conflitos, pontualidade, violência patrimonial, dentre outros.
A coordenadora do programa, defensora pública Elceni Diogo, diz que “o conflito tem um lado bom, pois ele pode promover uma mudança”. Ela explicou aos alunos quais as formas de resolução de conflitos e destacou como mais colaborativa a Cooperação, pois “é um trabalho de um por todos e todos por um, por uma escola de paz, melhor para todos”.
O defensor público, Edmar Castilho, integrante da equipe do Descomplica, comentou sobre a retomada do programa e destacou que as escolas são locais de preparação de indivíduos e transformação social.
“Está sendo uma grande oportunidade, um desafio retomar um projeto que é tão importante, que é a tentativa de levar as técnicas de mediação para dentro da escola e permitir que os próprios alunos consigam lidar com seus conflitos. Sabemos que na sociedade inteira existem diversos locais onde ocorrem conflitos. A escola é um local de conflito e também um local para preparar o indivíduo. A ideia da Defensoria é sair um pouco do gabinete e levar o nosso conhecimento para a escola e permitir que eles consigam resolver esses problemas e, dessa forma, contribuir para uma transformação social”, enfatizou Edmar.
Melhoria de convívio
A orientadora educacional da Escola Fagundes Varela, Socorrita de Freitas, acredita que as informações trazidas pelo Descomplica vão melhorar o convívio na escola e formar líderes cientes dos seus direitos e deveres, além de mostrar para os alunos que eles podem se apoiar mutuamente.
“A gente acredita na mudança significativa dos nossos alunos. Porque a intenção é oferecer segurança, formação de líderes responsáveis, que saibam dos seus direitos e deveres, das regras da escola, e serem multiplicadores para disseminar essa informação de ser cidadão e ajudar uns aos outros. A resolução de um conflito, de levar aconchego ao colega na solução dos seus problemas. A maioria dos nossos alunos, às vezes vêm pra escola, abalada emocionalmente por um problema familiar, ou por alimentação, então é muito importante que eles percebam que não estão sozinhos, que recebem essa ajuda e que podem contribuir com outros colegas que estão nessa mesma situação social”, disse Socorrita.
O aluno do 7º ano, Cauã Pereira, 12 anos, contou o que aprendeu até agora na oficina e como ela poderia ter ajudado em algum conflito, caso os estudantes tivessem esse conhecimento anteriormente.
“Eu aprendi que a gente sempre tem que se unir. A gente tem que ficar junto e que as coisas só se resolvem se a gente se juntar. Porque só uma pessoa não resolve praticamente nada. Eu também já sofri muito bullying na escola. Se os alunos que fizeram isso tivessem assistido à palestra, eles iriam ver o que ia acontecer com a pessoa, eles iriam saber a dor que a pessoa ia sentir”, disse Cauã.
As atividades do Descomplica na Escola Estadual Fagundes Varela seguem até amanhã, 1º de março. A próxima escola a receber o programa é a Jesus Nazareno, nos dias 03, 04 e 05 de abril.
