A Escola vai à Escola: caravana do projeto realiza ações em comunidade indígena no Uiramutã

Estudantes e professores na Escola Estadual Indígena Júlio Pereira participaram da ação. – Fotos: Ejurr

Com o objetivo de aproximar a justiça de toda a sociedade por meio de ações educativas, a Escola Judicial de Roraima, esteve na Escola Estadual Indígena Júlio Pereira na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. A iniciativa realizada no dia 12 de março fez parte da Caravana do Projeto A Escola vai à escola.

O pedagogo Fernando Alves, formador da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados (Enfam), conduziu uma conversa descontraída com a juventude a respeito do tema “Prevenção à violência”, seguido por um workshop especial com os professores da comunidade, que abordou a temática “Escuta ativa e comunicação não-violenta”.

A Escola Estadual Indígena Júlio Pereira pertence à Comunidade Uiramutã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. A unidade de ensino possui quase 300 alunos e alunas das etnias macuxi, taurepang, ingarikó e patamona. Mais de 200 estudantes e 16 professores participaram das atividades.

A equipe da Escola Judicial de Roraima (Ejurr) que coordena o projeto A Escola vai à escola foi recepcionada na língua macuxi e com cantos indígenas entoados pela comunidade estudantil.

Foi a primeira vez que uma ação dessa natureza foi realizada na comunidade, como destacou o Tuxaua Orlando Pereira. “Em mais de 50 anos na liderança, nós nunca recebemos nada assim, estou muito satisfeito”.

A estudante Ana Clara, participou da palestra e compartilhou o sonho de cursar medicina. Para ela, a atividade veio reforçar a importância dos estudos e do respeito que todos devemos ter uns com os outros.

“É muito bom para todos os estudantes, porque a gente adquire mais conhecimento. Todos têm sonhos e o que eu peguei com o professor é que todos devemos estudar e correr atrás dos sonhos”.

A professora Monaliza Ribeiro ressaltou que toda formação destinada aos educadores contribui para o trabalho diário com os estudantes. Desta forma, apresentou uma avaliação positiva do workshop.

“Trouxe bastante reflexão para nós enquanto docentes, de estarmos trabalhando com os alunos, temas atuais. É bastante importante para que a gente tenha uma escuta com mais qualidade, para que seja uma escuta mais assertiva”.

O gestor da Escola Júlio Pereira, Márcio Pereira agradeceu a parceria com a Escola Judicial de Roraima e elogiou o Projeto “A Escola vai à escola”.

“É um tema muito relevante para os estudantes e para os professores. Contamos com mais momentos como esse, com essa estratégia de palestras, cursos e minicursos que vem somar com o ensino da nossa instituição”, pontuou.

Para o diretor da Escola Judicial de Roraima (Ejurr), desembargador Cristóvão Suter, é um prazer participar e contribuir com o dia-a-dia das comunidades.

“A iniciativa deste projeto, que já é uma realidade de mais de 5 anos e que já atendeu mais de 10 mil estudantes e professores de norte a sul de nosso Estado. Destaca-se pelo desejo de colaboração com a escola, isto é, não há uma imposição de conteúdo, mas uma colaboração que atende as necessidades pontuais de cada unidade de ensino, município, ou comunidade tradicional. Exemplo disso, foi o que aconteceu na Escola Júlio Pereira, onde os temas foram escolhidos pela própria comunidade, de acordo com suas necessidades”, concluiu.

Sobre o Projeto

Nesta primeira fase, estão sendo atendidos os municípios de Iracema, Caracaraí, Uiramutã, Mucajaí e Cantá. O projeto oferece ações educativas como palestras, oficinas e rodas de conversa. Atualmente, 20 unidades de ensino de Norte a Sul de Roraima são parceiras do projeto.

 

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