O líder do Republicanos no Senado Federal, Mecias de Jesus (RR), ressaltou em seu discurso nesta terça-feira, 26, no plenário da Casa Alta, fatos comprovados por governos e instituições de pesquisas a respeito da posse e do porte de drogas. O tema é discutido no Senado por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45 de 2023.
O parlamentar explicou que, segundo o Conselho Internacional para o Controle de Narcóticos, o aumento da tolerância à criminalização da maconha tende a elevar o seu uso, sem reduzir a criminalidade. Ele destacou os principais problemas, como o aumento dos transtornos psicóticos e o crescimento dos riscos nos ambientes de trânsito e trabalho, impactando os custos para a saúde pública.
“Para se ter uma ideia, estima-se que o tráfico de drogas movimenta cerca de 19 bilhões de reais por ano no país. A maconha é o produto de entrada desse mercado. Não cabe mais uma visão romântica, como nos anos 60, a respeito do uso das drogas como ferramenta de autoconhecimento”, afirmou o líder.
Hoje, o mercado é dominado por multinacionais do crime, na avaliação do senador. Ele acrescentou que o pacote completo do consumo da cannabis oculta a lavagem de dinheiro, o homicídio, o financiamento ao terrorismo, o tráfico humano, a prostituição e tudo mais que o crime organizado puder gerir.
“Fingir que esse debate se resume a decisões individuais é fechar os olhos para o domínio do crime internacional. Mas ainda que, por ignorância ou conivência, tratemos desse assunto sob foco isolado, é preciso dizer que a droga que é oferecida hoje aos nossos adultos, jovens e adolescentes nem de longe é inofensiva como se quer acreditar. Primeiro que, de acordo com informação citada na revista Veja, 5% dos adolescentes entre 13 a 17 anos relataram ter consumido maconha no último mês”, explicou Mecias.
O líder falou também sobre os dados da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. A instituição científica aponta que 62% dos brasileiros que fizeram uso de drogas no último ano realizaram o seu primeiro contato antes dos 18 anos.
“A maconha não é uma droga inocente. Hoje, o que as multinacionais do tráfico oferecem é a Skunk, uma supermaconha modificada geneticamente capaz de amplificar os efeitos nocivos e aumentar a dependência. Outras variações como a K9, já conhecidas lá fora como a droga zumbi, já estão sendo distribuídas no Brasil e transformaram-se em verdadeiras epidemias por onde já chegaram. É preciso ter a exata dimensão do mal que uma flexibilização na criminalização das drogas pode provocar. Meu estado, Roraima, é um estado de fronteira. Nós seremos um dos primeiros atingidos por essa marcha da morte. Teremos impactos na saúde, na educação, na assistência social, na segurança e, infelizmente, teremos o mais alto prejuízo que uma sociedade pode ter: o custo da vida humana”, concluiu o senador.
Júnior Laurindo