Estudantes do IFRR têm destaque em olimpíada de matemática das instituições federais

Três estudantes da instituição foram finalistas na olimpíada, e dois deles trouxeram medalhas para casa. – Fotos: Ascom/IFRR

Foi realizada, de 24 a 26 de maio, a segunda fase da VI Olimpíada de Matemática das Instituições Federais (OMIF). O evento foi sediado pelo Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT). Três estudantes do Instituto Federal de Roraima (IFRR) foram finalistas na olimpíada, e dois deles trouxeram medalhas para casa.

Jhonathan Hiroki, estudante do 3.º ano do curso Técnico em Agroindústria Integrado ao Ensino Médio do Campus Novo Paraíso (CNP) já é veterano quando o assunto é olimpíada de matemática. Medalhista na edição do ano passado e em outras competições nacionais, Jhonathan ficou em 24.º lugar na classificação geral da OMIF, trazendo para Roraima a medalha de prata. “Participamos de um projeto de extensão e temos uma rotina de estudo no intervalo de almoço. É meio difícil e cansativo, mas sempre estamos lá. A experiência da viagem foi muito boa, pois conhecemos novos campi, novas pessoas e novos lugares. Agradeço à minha família, ao professor Igor, que sempre me ajudou, e aos amigos que fiz”, disse.

Outro destaque foi a estudante do Campus Novo Paraíso (CNP) Nádia Thauana Holz, do curso de Agroindústria. Ela recebeu menção honrosa, conquistando o 64.º na classificação geral. “A preparação para as olimpíadas não foi fácil. Dedicamos horas no projeto, sempre no horário do almoço, na resolução de questões e em estudo. Foi muito bom ter a oportunidade de viajar e fazer uma prova nacional, e conhecer pessoas de todo o Brasil. A prova não foi muito diferente das demais que já fizemos. O que me surpreendeu mesmo foi o choque cultural. Fiquei muito feliz com a menção honrosa. Eu não estava muito confiante, pois foi minha primeira participação. Não tinha muita ideia de como era a prova, mas estou muito feliz. Agradeço a Deus, aos meus pais e aos meus professores”, relatou.

O Campus Amajari (CAM) também enviou sua representante, Dhulie Nayane Silva Lopes, do 2.° ano do curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio. Ela foi um dos 397 estudantes a participar da última fase da OMIF.

Além dos estudantes, dois professores do IFRR estiveram no evento para ministrar oficinas. Participando pela primeira vez da OMIF, o professor de Matemática do CNP Cassiano Henrique ministrou a oficina “O uso do teodolito didático nas aulas de matemática”. Ele afirma que participar do evento foi uma experiência única. “A gente vê estudantes e professores do Brasil inteiro, das mais diferentes realidades, que dedicam, além dos cursos e disciplinas normais, um tempo a mais para estudar matemática, para o desafio de resolver problemas. Os alunos se preparam o ano todo, e nós, do CNP, temos um projeto que já deu vários resultados, como prêmios em olimpíadas internacionais e nacionais”, contou.

Ainda de acordo com Cassiano, a oportunidade de ministrar a oficina no evento foi muito gratificante. “Estavam presentes alunos e professores das cinco regiões do Brasil, e pude levar para eles a possibilidade de se ministrar aula de matemática fora da sala de aula, com exercícios práticos, usando um teodolito feito em impressora 3D, mas que pode ser feito em casa, com madeira, transferidor e caneta. E os professores puderam ver que o aluno pode entender na prática alguns conteúdos de matemática que considere difícil de entender em sala se aula”, relatou.

Para o professor, é um orgulho que Roraima tenha dois estudantes entre os 100 melhores do Brasil. “É um motivo de muita felicidade para o CNP, um campus do interior, alcançar esse número […] Por esse resultado, vale a pena todo esforço”, concluiu Cassiano.

Igor Feitosa, também professor do CNP, coordena o projeto “Trilhando caminhos: as etapas até a conquista de medalhas em olimpíadas”, em que os alunos dedicam um tempo de estudo para a resolução de problemas matemáticos. O projeto ocorre há mais de um ano e meio, e as atividades são realizadas no intervalo de almoço dos dias letivos. Para Igor, a ida à OMIF foi pautada na certeza de medalha. “Temos trabalhado constantemente para levar o nome do CNP para o destaque nacional, inclusive estudando no horário de almoço. Já aprovei projeto em que eu possa preparar os estudantes […] Foi mérito em conjunto. A gente vem batalhando, enfrentando as dificuldades que o nosso campus tem, as distâncias que os alunos e eu percorremos para estar na unidade, para ministrar aula com excelência, e sempre motivando os alunos. Mais uma vez, trouxemos uma medalha para o sul de Roraima, mérito do CNP, que lutou com toda força, coragem e dedicação para pôr o IFRR em destaque nacional”, afirmou.

Conforme o docente, o projeto de ensino de matemática realizado no CNP já alcançou 21 medalhas em olimpíadas e 7 certificados de menção honrosa na OMIF, Mandacaru, Canguru, OBMEP e Matemática sem Fronteiras. Durante a fase final da OMIF, o professor Igor ministrou a oficina “Construções Geométricas utilizando régua e compasso: uma proposta em resolução de problemas de geometria plana”.

OMIF

O projeto foi criado em 2018, no chamado “Biênio da Matemática 2017-2018 Gomes de Sousa”, lei instituída como parte da Agenda Positiva do Ensino, Pesquisa e Inovação no País, cujo tema principal é “A matemática está em tudo”, o qual fez parte dos eventos comemorativos dos dez anos da criação dos institutos federais brasileiros. As provas são elaboradas por professores da Rede Federal brasileira, que fomentam um banco de questões. Na 1ª fase, as provas das instituições participantes brasileiras são aplicadas em cada campus da Rede inscrito na OMIF e coordenadas por um coordenador local, cadastrado como responsável pela unidade. A 2ª fase é itinerante, sendo eleito, a cada ano, o local da próxima edição do evento.

As 100 medalhas da OMIF estão assim distribuídas: 10 de ouro, 20 de prata, 30 de bronze e 40 de menção honrosa. Além de proporcionar a participação de todos os estudantes da Rede Federal, a OMIF promove a inclusão ao adaptar as provas para estudantes com deficiência e neurodivergentes. Nesta edição, três estudantes PCDs foram destaque na competição: o medalhista de ouro, Guilherme Reis de Lima, do Instituto Federal do Sul de Minas (IFSuldeminas), com baixa visão; o medalhista de prata, Guilherme Oliveira de Souza, do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), portador do transtorno do espectro autista (TEA); e a medalhista de bronze, Jousiclécia Almeida dos Santos, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), deficiente visual total.

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