Doméstica e familiar: palestra do Chame incentiva estudantes a serem multiplicadores de conhecimento no combate à violência

Equipe de programa vinculado à ALE-RR esteve nesta segunda-feira no Colégio Militarizado Wanda da Silva Aguiar. – Fotos: Marley Lima | SupCom/ALE-RR

Alunos do 1⁰ ano do ensino médio do Colégio Estadual Militarizado Prof.ª Wanda da Silva Aguiar, localizado na zona Oeste de Boa Vista, assistiram nesta segunda-feira, 17, a uma palestra informativa e preventiva sobre combate à violência doméstica e familiar ministrada por uma equipe do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), da Secretaria Especial da Mulher (SEM), órgão vinculado à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

Estudante Samira Soares

Além de aprenderem a identificar quais são os tipos de violência, onde procurar ajuda e os órgãos que integram a rede de apoio às vítimas, os jovens receberam informações sobre os temas que são abordados no Núcleo Reflexivo Reconstruir e, mais recentemente, no grupo terapêutico Flor de Lótus, no qual as vítimas buscam autoconhecimento, compartilham e trocam experiências.

Atenta às explicações, a estudante Samira Soares, de 15 anos, aprendeu que a mulher não pode ser tocada sem o seu consentimento nem merece sofrer nenhum tipo de abuso.

“Eu já vi muito sobre [o assunto], principalmente nos jornais, tanto que nem gosto de ficar assistindo, pois aparecem muitos crimes e não me sinto confortável”, comentou, afirmando que, durante a palestra, descobriu a existência da violência patrimonial.

Orientadora Rubenita Almeida

Para a orientadora educacional do colégio, Rubenita Almeida, que recebe relatos diários de alunos sobre a temática, a falta de estrutura em casa e a presença da violência no ambiente familiar contribuem para o baixo rendimento escolar desses jovens.

“Eles chegam aqui na escola e não conseguem assimilar os conteúdos, ficam pelos cantos cabisbaixos. Alguns professores que percebem trazem os casos para mim e eu faço a escuta. Como profissional, os oriento para que isso não venha a acontecer com eles futuramente. Infelizmente, isso é algo corriqueiro aqui na escola e no bairro, no entanto, eles se sentem seguros em saber que, dentro da escola, tem essa pessoa que os acolhe, ouve e dá a devida importância. A gente sabe que adentrar nas famílias é algo complicado, mas, enquanto escola, fazemos o nosso papel. Essa palestra só veio para nos ajudar e acrescentar”, frisou.

Assistente social Eliane Santos

Segundo a assistente social do Chame, Eliane Santos, a ideia é mostrar aos estudantes que, apesar de Lei Maria da Penha não ser punitiva e sim protetiva, existem políticas públicas que apoiam as vítimas de agressão, seja ela qual for.

“Nós, da Secretaria Especial da Mulher, mostramos para eles como a gente trabalha, falamos sobre a equipe, onde a vítima pode procurar ajuda, pois muitas vezes ela não reconhece que está em um ciclo de violência porque não sabe todos os tipos, onde ter apoio, não conhece seus direitos. Diante dessa orientação, a gente também fala que a SEM tem outros tipos de serviço, como o grupo terapêutico e o curso de defesa pessoal. A gente passa essa informação para que esses jovens também levem ao conhecimento de outras pessoas”, salientou.

A equipe do Chame retorna à instituição na segunda-feira (24) com mais palestra informativa para alunos de outras turmas.

O Núcleo Reconstruir, o grupo terapêutico Flor de Lótus e o Chame funcionam na sede da SEM, na Avenida Santos Dumont, 1470, bairro Aparecida. Os atendimentos presenciais ocorrem de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, ou pelo ZapChame no (95) 98402-0502. Em Rorainópolis, a unidade do Chame fica na Rua Senador Hélio Campos, sem número, BR- 174. Os atendimentos também são de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Suzanne Oliveira
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