Salão Nacional de Turismo: cultura e gastronomia de Roraima se destacam no terceiro dia do evento no Rio de Janeiro

A quadrilha junina Zé Monteirão e o chef Hélio Araújo mostraram o melhor do mundo junino e a damurida de Roraima para o Brasil. – Foto: Noeli Kozlowski

O 8º Salão Nacional de Turismo é uma vitrine do melhor que os estados do país possuem para atrair turistas e, além das belezas naturais, a cultura é fator preponderante para o sucesso da atividade. Diversas manifestações culturais e demonstrações gastronômicas de pratos típicos são mostradas aos visitantes do Salão, que ocorre até este domingo, 11, no Riocentro, no Rio de Janeiro.

Nesse importante espaço de promoção do turismo, a quadrilha junina Zé Monteirão e o chef Hélio Araújo mostraram o melhor do mundo junino e a damurida de Roraima para o Brasil.

A Zé Monteirão se apresentou neste sábado, dia 10, no setor Brasil em Festas. Os integrantes do grupo trouxeram toda a tradição e alegria das festas juninas, um dos mais destacados movimentos culturais do estado, encantando o público presente com suas coreografias, músicas e trajes típicos.

A oportunidade foi vista como um marco para a representatividade do movimento junino de Roraima, que pela segunda vez se apresenta no Salão, que em 2023 aconteceu na capital federal.

De acordo com o diretor do Departamento de Turismo da Secretaria de Cultura e Turismo de Roraima, Bruno Muniz de Brito, a quadrilha Zé Monteirão teve a oportunidade de não apenas mostrar a cultura junina, mas também de promover o estado como destino turístico.

“Através de suas danças e performances, os integrantes da quadrilha conseguiram transmitir a riqueza cultural e as tradições locais, despertando o interesse dos visitantes e fortalecendo a identidade cultural do estado de Roraima”, disse Bruno.

A participação da Zé Monteirão foi possível graças à parceria promovida pelo Mtur (Ministério do Turismo) com o Sesc (Serviço Social do Comércio), que, em cada estado, ficou responsável pela contratação e logística da participação dos grupos culturais no evento. Por meio da dança, da música e das festividades típicas, a agremiação levou um pouco do espírito das festas juninas para o Rio de Janeiro, compartilhando as tradições e a alegria do povo de Roraima com o restante do país.

Gastronomia – A convite do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), o chef Hélio Araújo apresentou uma aula na Cozinha Show do Senac, no Salão de Turismo, mostrando aos presentes o modo de preparação de um dos mais famosos pratos da culinária roraimense: a damurida, iguaria indígena à base de peixe ou carne de caça e pimentas diversas.

“A damurida, um prato emblemático da culinária indígena de Roraima, transcende a mera categoria de alimento, é um banquete de sabores, uma jornada pela história e cultura do estado e um reflexo da rica biodiversidade da Amazônia”, disse o chefe Hélio Araújo, salientando que o prato é um banquete de sabores e histórias.

Originária da etnia Wapichana, a damurida é um caldo apimentado, preparado com ingredientes nativos da região. O tucupi, extrato da mandioca brava, confere ao prato um sabor único e levemente ácido. A carne de caça ou peixe, as pimentas variadas (malagueta, olho-de-peixe, murupi), a chicória e o jambu completam essa sinfonia de sabores. A preparação tradicional da damurida envolve um ritual ancestral.

“A receita é transmitida de geração em geração, e o cozimento, preferencialmente em um recipiente de barro, simboliza a conexão com a natureza e a terra”, disse Hélio.

A aula show de Hélio Araújo foi uma das mais concorridas do dia, com lotação total da plateia de assistentes, que ao final degustaram a damurida roraimense.

Jacildo Bezerra

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