Alunos do segundo ano do ensino médio do Colégio Fametro assistiram, nesta terça-feira, 10, a uma palestra sobre violência doméstica e familiar promovida pelo Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), programa da Secretaria Especial da Mulher (SEM), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).
A Lei Maria da Penha, comportamentos que definem as espécies de agressões tipificadas na norma, o escalonamento da violência, formas de enfrentamento e unidades que integram a rede de apoio às vítimas, foram alguns dos temas abordados.
A advogada com experiência no atendimento à mulher e ex-delegada da Polícia Civil Catherine Saraiva foi convidada a palestrar aos estudantes. Ela tratou da lei de proteção às vítimas, deu exemplos de início do ciclo de violência e como os meninos devem aprender a respeitar o “não” nos relacionamentos.
Para ela, é preciso conversar com os adolescentes e conscientizá-los, de modo que eles consigam ter a percepção de possíveis relações abusivas que os cercam e a terceiros também.
“A Lei Maria da Penha, além de prever os crimes, veio para levarmos conhecimento para todas as pessoas. É importante nessa fase que eles tenham acesso a tantos aplicativos, a vídeos e informações, e que saibam também que existe uma norma que previne, que fale sobre e que combate à violência doméstica e familiar contra a mulher”, ressaltou.
A psicanalista do Chame Janaína Nunes ressaltou que todo o tipo de violência deixa algum dano, físico ou mental, em todos os envolvidos na relação, principalmente na vítima. Por esse motivo, o órgão procura trabalhar com medidas de antecipação.
“Essas palestras são de caráter preventivo, para que, tanto esses jovens que participaram absorvam essas informações e sejam reprodutores delas quanto para que não repitam [comportamentos inadequados] e se tornem futuros agressores e vítimas. Caso eles identifiquem dentro da família ou comunidade, poderão ajudar de alguma forma”, disse.
Do que aprendeu na palestra, a aluna Sabrinny Ramos, de 16 anos, destacou desconhecer a existência da violência patrimonial. “Muitas vezes, a gente não sabe os tipos de violência que pode estar sofrendo. Eu, por exemplo, não sabia que existia a violência patrimonial, que é a destruição de bens. Foi um momento para todo mundo ter conhecimento sobre o tema”, contou.
A quantidade dos tipos de violência foi o que chamou a atenção da aluna Bianca Moura, também de 16 anos. Munida de informações, a jovem contou que poderá identificar e ajudar quem estiver passando por problemas de violência doméstica.
“Eu não sabia que dentro da lei [Maria da Penha] existem uns cinco tipos que são considerados violência. Eu acho muito importante saber mais, até porque, agora, que eu já tenho conhecimento, posso repassar a outras pessoas para que fiquem cientes do que pode acontecer com elas, e até ajudar a mudar a vida de alguém, através da palestra que vi”, frisou.
A diretora da instituição, Neide Guimarães, destacou a importância da participação de órgãos como a Secretaria Especial da Mulher na comunidade escolar.
“É preciso sensibilizá-los. Provavelmente, alguns deles estão passando por alguma situação, seja com um familiar ou vizinho e, agora, com conhecimento, eles sabem quais são os órgãos competentes e como passar informações. Quero agradecer ao programa, que não se limitou a apenas um profissional, foram vários, que repassaram informações com segurança, com linguagem e abordagem simples para os nossos. Eles ficaram quietos assistindo. Isso significa que chamou, de uma forma ou outra, a atenção deles”, avaliou.
A equipe multidisciplinar do Chame retorna ao colégio em 17 de setembro, terça-feira, para dar continuidade ao ciclo de palestra informativa a outras turmas.
O Chame órgão funciona na sede da Superintendência Especial da Mulher, na Avenida Santos Dumont, 1470, bairro Aparecida, e em Rorainópolis, na Rua Senador Hélio Campos, sem número, BR- 174. Os atendimentos presenciais são de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. O programa também atende on-line, pela ferramenta ZapChame no (95) 98402-0502.