Será realizada, nesta quarta-feira, 25, a 1ª Oficina de Saberes Afrocientistas 2024, organizada pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Campus Boa Vista Zona Oeste (CBVZO) do Instituto Federal de Roraima (IFRR). Ela vai apresentar à comunidade interna e externa a execução do projeto Afrocientista em Roraima, que tem o objetivo de estimular a sistematização de conhecimentos e experiências antirracistas por meio da valorização da cultura afro e de pessoas negras com destaque na ciência e no pensamento nacional, além de criar interesse pelo universo negro-brasileiro e pela compreensão da acessibilidade às diferentes áreas do conhecimento pela juventude negra de Boa Vista.
A oficina ocorre a partir das 14h, no auditório do CBVZO, e a participação é aberta a todas as pessoas interessadas, sendo necessária a realização de inscrição para emissão de certificado. Para se inscrever, clique aqui.
Inédito em Roraima, o projeto Afrocientista está em sua 5ª edição e é realizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) (ABPN), por meio do Consórcio Nacional de Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Grupos Correlatos (Conneabs), em parceria com o Instituto Unibanco e o Ministério da Educação (MEC). Ele tem uma abordagem interdisciplinar para despertar a vocação científica e incentivar talentos na iniciação científica em ciências humanas, sociais, naturais e suas tecnologias por meio da oferta de informações e metodologias inovadoras que inspirem estudantes afro-brasileiros(as) do ensino médio, especialmente de escolas públicas.
Em Roraima, o projeto conta com estudantes bolsistas do ensino médio da Escola Estadual Mário David Andreazza e do Colégio Estadual Militarizado Profª Elza Breves de Carvalho (CEM I), além de outros do ensino médio integrado ao técnico e do curso superior do CBVZO. Segundo o coordenador do Neabi/CBVZO, professor Marcos Antônio de Oliveira, a participação da unidade do IFRR é fundamental para a luta antirracista no Estado de Roraima. “Somos a única instituição a participar desse projeto, que pretende trazer as temáticas da negritude e da identidade indígena como foco de reflexões nas instituições envolvidas, e replicar essa temática em outros espaços. O Neabi do CBVZO se sente feliz e empolgado em participar do projeto”, disse.
Conforme o professor Amarildo Ferreira Júnior, membro da ABPN e orientador do projeto, a execução deste vai contribuir para a construção, com os participantes, de reflexões sobre as possibilidades de produção de conhecimento científico, de ensino e de extensão pautada em epistemologias oriundas do pensamento social negro e em conhecimentos, saberes e tecnologias locais pouco reconhecidos.
“Especialmente em Roraima, onde há uma sistemática dominância de uma concepção calcada na mestiçagem e em perspectivas assimilacionistas e multiculturalistas das expressões que orientam as relações sociais neste estado, é muito importante promover essas reflexões. Estive recentemente no Congresso Nacional de Pesquisadores(as) Negros(as), o Copene, também organizado pela ABPN, e pude ter contato com equipes do projeto de outros estados e com a coordenação nacional do Afrocientista, momento em recebi um kit de materiais a serem utilizados nas atividades do programa e verifiquei a riqueza de possibilidades de ações a serem realizadas”, concluiu o docente.
Veja programação da oficina:
14h – 15h – Dinâmica de apresentação
15h – Exibição Websérie Afrocaminhos | Episódios: 1. Descobrir-se negro: o papel da escola no reconhecimento racial 2. Escola antirracista: representatividade importa
15h30 – Roda de Conversa Texto-base: Educação antirracista no lugar Roraimî, de Amarildo Ferreira Júnior
16h – Formulação do Cronograma de Ações – Afrocientista 2024
