Nesta quinta-feira, 3, ocorre a feira cultural Axé Kitanda: Feira Cultural de Religiões de Matrizes Africanas, no Campus Boa Vista Zona Oeste (CBVZO) do Instituto Federal de Roraima (IFRR), a partir das 15 horas. O evento, resultado do projeto de extensão com o mesmo nome, será uma oportunidade única para a exposição de saberes e práticas culturais das religiões de matriz africana, com foco nas tradições dos povos de terreiro de Boa Vista.
O evento contará com mesa-redonda e exposição de elementos dos terreiros participantes, encerrando-se com a tradicional degustação de caruru, prato afro-brasileiro servido em homenagem aos Ibjeis e Erês. A participação é aberta ao público, e os interessados em receber certificação podem se inscrever aqui.
A feira cultural marca a conclusão do projeto de extensão orientado pelo professor Amarildo Ferreira Júnior e executado pelo bolsista Woshington Sousa Silva, estudante do segundo ano do curso Técnico em Administração, e pelos voluntários Ester Cardozo Dionísio e Raimundo Nonato de Jesus, ambos estudantes do curso superior de Tecnologia em Gestão Pública do CBVZO.
Axé Kitanda é uma feira cultural, realizada no CBVZO, para exposição de saberes, práticas, estéticas e poéticas das populações tradicionais dos cultos e religiões de matriz africana – povos de terreiro em Boa Vista. Trata-se de ação extensionista de promoção da compreensão e da apreciação das tradições dessas religiões.
O projeto foi realizado em oito etapas, incluindo as seguintes: análise de materiais relacionados à Lei 10.639/2003, que torna obrigatória, no currículo oficial da Rede de Ensino, a temática “História e Cultura Afro-Brasileira”; visitas a terreiros e casas de religiões de matriz africana em Boa Vista de diferentes nações; visita à exposição de arte com obras indígenas e de povos de matriz africana; e visita à curadoria e organização da feira.
Para o bolsista e idealizador do projeto, Woshington Silva, a ideia do Axé Kitanda surgiu da necessidade de combater o preconceito e a desinformação que cercam essas tradições. “A raiz do preconceito que essas religiões sofrem é, muitas vezes, a ignorância. Então, disseminar o conhecimento e a cultura dessas religiões é fundamental para formarmos humanos conscientes da realidade dessas religiões”, disse.
Woshington foi quem apresentou a ideia do projeto à Coordenação de Extensão do CBVZO, a qual fez a mediação para que o professor Amarildo pudesse orientá-lo e apresentá-lo ao Programa de Bolsa Acadêmica de Extensão (Pbaex) do IFRR, por meio do qual foi executado.
Quem também compartilhou a experiência em participar pela primeira vez de um projeto de extensão foi a voluntária Ester Dionísio. “Está sendo uma experiência incrível, pois se trata de um projeto que valoriza a diversidade das religiões de matriz africana. A interação com os pais das casas e a percepção do impacto transformador da religião em suas vidas tornaram essa experiência ainda mais incrível. O projeto proporcionou um ambiente para a compreensão das diversas expressões religiosas, contribuindo para meu desenvolvimento pessoal e acadêmico. Acredito que a feira será um ótimo espaço para o diálogo intercultural, especialmente entre nós, jovens”, afirmou.
O professor Amarildo Ferreira Júnior destacou a satisfação em orientar o projeto Axé Kitanda por três motivos: a iniciativa veio de um aluno do ensino médio, demonstrando protagonismo estudantil; o envolvimento de estudantes do ensino superior, promovendo colaboração entre diferentes níveis de ensino; e a abordagem baseada na educação popular, que aproximou a equipe das lideranças dos terreiros, fortalecendo o respeito à diversidade, o combate ao racismo e a promoção dos direitos humanos e da cultura afro-brasileira.