Etnoturismo: estudo sobre rotas na Amazônia destaca comunidades indígenas de Roraima

Foram destaque a Comunidade Raposa 1, em Normandia; a Comunidade Indígena Kauwê do Alto Miang, em Pacaraima; e o Projeto Aves na Terra Siikê, na região dos indígenas Ingarikó, em Uiramutã. – Fotos: Renato Guariba / Arquivo MTur.

O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), em conjunto com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), apresentou no dia 4 de dezembro o Diagnóstico do Etnoturismo na Amazônia Legal, com resultados de um estudo sobre rotas de turismo de base comunitária em territórios indígenas, assim como um guia de boas práticas elaborado para iniciativas dessa natureza. O material publicado pelo MDIC está disponível nesse link.

A apresentação, que aconteceu na terra indígena Katukina Kaxinawá, em Feijó, no Acre, analisou o etnoturismo realizado hoje pelos povos indígenas na Amazônia Legal a partir de 12 terras indígenas e 13 iniciativas de turismo distribuídas por cinco estados: Acre, Amazonas, norte do Mato Grosso, sul do Pará e Roraima. A pesquisa foca no turismo com protagonismo das comunidades na tomada de decisão, respeitando a identidade e cultura de povos originários.

Em Roraima, três iniciativas são destacadas como exemplo para o país, que contam com apoio do Governo de Roraima por meio da Secretaria de Cultura e Turismo para a sua implementação. São elas: a da Comunidade Raposa 1, em Normandia, da Comunidade Indígena Kauwê do Alto Miang, em Pacaraima e o Projeto Aves na Terra Siikê, na região dos indígenas Ingarikó, em Uiramutã, todos na Terra Indigena Raposa Serra do Sol.

Todas as três comunidades tiveram assessoria do Departamento de Turismo da Secretaria de Cultura e Turismo na elaboração dos seus Planos de Visitação e na preparação da comunidade para a recepção dos turistas com cursos de primeiros socorros, de condutores locais, de manipulação de alimentos e outros, com apoio da Universidade Estadual de Roraima e outros parceiros.

O Guia de Boas Práticas para empreendimentos de Turismo de Base Comunitária em Terras Indígenas destaca que o turismo protagonizado por comunidades tradicionais e povos indígenas agrega valor a floresta em pé, trazendo oportunidades e geram renda para as famílias.

A cadeia de valor do Turismo promove a inclusão das comunidades tradicionais como prestadoras de serviços turísticos em diferentes arranjos que respeitam o seu modo de ser e fazer em seu próprio território. Para o diretor do Departamento de Turismo da Secretaria de Cultura e Turismo, Bruno Muniz de Brito, o diagnóstico do MDIC confirma que Roraima é destaque na experiência de turismo em Terras indígenas, com duas comunidades sendo referência nacional.

Segundo o diretor, as comunidades Kauwê e Raposa 1 na Terra Indígena Raposa Serra do Sol oferecem experiências únicas, catalogadas, trabalhadas pela equipe da comunidade e possuem parcerias com agências e receptivos locais. “Além disso, essas comunidades participam juntamente com o Governo do Estado de eventos de nível nacional como o Salão Nacional de Turismo, EXPO ABAV que são referências para projeção e lançamento dessas comunidades dentro do cenário turístico nacional”, disse Bruno.

O Projeto de Observação de Aves na Terra Siikê, na região dos indígenas Ingarikó, na região do Parque Nacional do Monte Roraima, vem se consolidando dentro do segmento, trazendo oportunidade de geração de emprego e renda para a comunidade. Hoje a comunidade recebe 4 turmas de observadores de aves de diversos países, que injetam recursos na economia local, contribuindo para o desenvolvimento da região.

Jacildo Bezerra

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