Saúde da Família: equipes fizeram mais de 300 mil visitas domiciliares em Boa Vista em 2024

A ampliação de equipes de ESF nos últimos anos elevou para 89% a cobertura de Atenção Primária à Saúde no município. – Fotos: Semuc/PMBV

O sorriso da aposentada Antônia Guedes, de 84 anos, ao encontrar a equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) no sofá de casa refletiu a importância que as visitas domiciliares têm na relação da Unidade Básica de Saúde (UBS) com a comunidade. Devido às limitações, Antônia não pode se dirigir até a UBS em busca de atendimento. Ao lado do marido, o também aposentado João Martins, de 85 anos, eles recebem as equipes no conforto do lar.

Sendo a Atenção Primária a porta de entrada para a saúde pública, as UBSs são as primeiras responsáveis por prestar assistência a população. Em Boa Vista, a ampliação de equipes de ESF nos últimos anos elevou para 89% a cobertura de Atenção Primária a Saúde. No ano passado, as 149 equipes de ESF fizeram cerca 338.204 visitas por todo o município, um aumento de quase 25% em relação ao ano de 2023.

“Eu aguardo ansiosa pelas visitas. Arrumo a casa para recebê-los. Tem dias que estou triste e quando a equipe chega eu fico superfeliz, porque são pessoas boas, solicitas e prestativas. Eu realmente me sinto cuidada”, disse Antônia.

Uma dessas equipes é composta pela médica Tâmara Vieira, além dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Ela explicou que as visitas permitem um conhecimento mais abrangente do paciente por meio da compreensão do seu modo de vida, das relações familiares em casa e outras questões que vão além da doença física, garantindo um atendimento integral e humanizado.

“Minha primeira visita à dona Antônia foi na véspera do Carnaval de 2024. Ela foi ao posto com um parente distante e não soube informar sobre as dosagens das medicações que tomava, apesar de toda a sua lucidez. Foi indo na casa dela que eu pude conferir que estava tudo certo mesmo, tanto no armazenamento, quando no uso das medicações”, disse.

As visitas são destinadas a pacientes idosos e não idosos que possuem alguma limitação para chegar à UBS, o que também inclui portadores de necessidades especiais (PNE) e pacientes acamados. Outro motivo é quando o médico quer investigar algo que achou suspeito durante a consulta. Em todos os casos, as visitas são programadas e marcada com antecedência.

Atender o ACS é o primeiro passo

Quando um ACS bater à sua porta, deixe ele entrar! Os profissionais de saúde da prefeitura sempre estão identificados e uniformizados para efetuar o cadastro daquela residência. Assim, a UBS de abrangência passa a mapear as áreas de atendimentos. Se for necessária a visita domiciliar, o próprio ACS informa a situação à unidade.

Maria Ednir Esbel, de 85 anos, também é uma das pacientes visitadas pelas equipes de ESF. Além da limitação física para chegar à unidade, ela recentemente passou por uma cirurgia oftalmológica e está se recuperando em casa. Durante a visita, ela explicou o procedimento que fez e conversou com a equipe sobre como estava se sentindo.

“É importante porque, as vezes é muito difícil para a gente conseguir um transporte. Quando eu soube dessas visitas eu dei graças a Deus. Todos os dias eu agradeço porque tudo melhorou. Eu sei que tem gente que não aceita esses atendimentos, mas eu e minha família aqui agradecemos muito”, disse Maria Ednir.

Ana Gabriela Gomes

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