
Dois anos após a declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional na Terra Yanomami, em Roraima, a crise humanitária se agrava: em 2024, foram registrados 33,3 mil casos de malária – um número que supera a própria população indígena da região, estimada em 27 mil – evidenciando que, apesar de mais de R$ 2 bilhões investidos pelo governo, a situação segue sem sinais de solução.
Em comparação com 2022, último ano do governo Bolsonaro, quando foram contabilizados 15 mil casos, o aumento é de 118% – um salto dramático que evidencia o fracasso das medidas atuais. Crianças são as mais afetadas: 44% dos casos (14.672) ocorreram em menores de 0 a 9 anos, que enfrentam não apenas a malária, mas também desnutrição, insegurança alimentar e risco de morte.
Os recursos bilionários destinados ao combate à crise não se traduzem em resultados concretos, e a falta de transparência na aplicação do dinheiro público levanta sérias dúvidas.

Na Comissão Externa da Crise Yanomami da Câmara dos Deputados, o deputado federal Nicoletti (União-RR) tem sido voz ativa na cobrança dessa situação que cada vez se agrava mais. “É inaceitável que, após dois anos e bilhões de reais, a situação continue caótica. Precisamos por fim à emergência em saúde pública para evitar mais desperdício, uma auditoria rigorosa sobre o uso desses recursos e um plano de ação eficiente e transparente. O governo precisa abandonar os discursos vazios e agir de verdade”, afirma o parlamentar.
“A explosão de casos de malária entre os Yanomami não é apenas uma estatística: é um grito de socorro de um povo que segue abandonado, enquanto os cofres públicos são drenados sem impacto visível. A pergunta que ecoa é: até quando a crise será tratada com promessas, e não com soluções?”, finalizou o deputado.