Operação Dólon: PCRR prende suspeito em flagrante e desarticula esquema de falsificação de atestados médicos

A.C.F.R., de 32 anos, é estudante universitário e vendia até 50 atestados falsos por mês, cobrando valores diferenciados. – Foto: Ascom | PCRR

A PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio do 4º DP (Distrito Policial), deflagrou na manhã desta terça-feira, 18, a Operação Dólon, que resultou na prisão em flagrante do estudante universitário da UFRR, A.C.F.R., de 32 anos, pelo crime de Falsificação de Documento Público (art. 297, CPB).

A ação, coordenada pelo delegado do 4⁰ DP, Guilherme Peres, ocorreu durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na residência de N.A.F., de 44 anos, técnico em análises clínicas, localizada no bairro Asa Branca. N.A.F. já vinha sendo investigado há meses por suspeita de envolvimento no esquema criminoso, mas não foi localizado no momento da operação.

Investigação e desdobramentos

As investigações, segundo o delegado, tiveram início em dezembro de 2024, quando uma empresária denunciou à Polícia Civil que uma funcionária apresentou um atestado médico suspeito. Ao entrar em contato com o médico que supostamente assinou o documento, foi constatado que o atestado era falso.

“A partir dessa denúncia, iniciamos a investigação e identificamos um esquema de falsificação e venda de atestados médicos em larga escala. Durante as investigações, ouvimos diversas pessoas citadas, o que nos levou a N.A.F. e, posteriormente, ao flagrante de A.C.F.R.”, explicou o delegado Guilherme Peres.

Com os indícios reunidos, a Polícia Civil representou na Justiça pelo mandado de busca e apreensão na residência de N.A.F., onde o namorado dele, A.C.F.R. foi preso em flagrante. Durante a busca, os policiais encontraram um grande volume de materiais utilizados na falsificação, confirmando que o esquema criminoso já ocorria há muito tempo.

Prisão e apreensões

No imóvel, os policiais localizaram e apreenderam sete carimbos falsificados de diferentes médicos; 50 atestados médicos preenchidos com assinaturas e carimbos falsos; e, aproximadamente, 200 atestados médicos em branco; além de outros objetos e papeis relacionados à prática de falsificação de documentos públicos.

Diante das provas, A.C.F.R. recebeu voz de prisão em flagrante e foi conduzido ao 4º DP para os procedimentos cabíveis. Seu namorado, N.A.F., segue sendo investigado.

Impacto da fraude

O suspeito confessou ao delegado, durante seu interrogatório, que, juntamente com o namorado vendiam até 50 atestados falsos por mês, cobrando valores diferenciados conforme a urgência e os dias da semana, com preços mais altos em períodos próximos a feriados e finais de semana.

“Eles vendiam cada atestado médico pelo valor médio de R$ 60,00. O esquema causava prejuízos para empresas, para o sistema de saúde e comprometia a credibilidade da classe médica, cujos nomes e carimbos eram utilizados sem autorização”, observou o delegado.

De acordo com o delegado Guilherme Peres, “o uso desses documentos ilegais gera grandes prejuízos à sociedade, impactando a economia, sobrecarregando os serviços públicos e favorecendo fraudes trabalhistas e previdenciárias. Além disso, médicos que tiveram seus nomes envolvidos são vítimas dessa fraude e não possuem qualquer ligação com o esquema”, afirmou.

Ainda segundo o delegado, as investigações seguem em andamento para identificar todos os envolvidos e desmantelar completamente a rede criminosa.

“Como falsificadores já identificamos duas pessoas, sendo que um foi preso em flagrante. Temos o nome de 50 pessoas que estão sendo investigadas, cujos nomes estavam nos atestados médicos falsificados. As investigações vão apontar a responsabilidade de cada um. Em interrogatório o investigado disse que há aproximadamente quatro anos eles atuam nesse esquema. As investigações vão esclarecer todos esses detalhes”, disse o delegado.

Nome da Operação

A Operação Dólon foi nomeada em referência ao personagem da mitologia grega que tentou enganar os gregos e foi descoberto.

Segundo o delegado, a referência da operação ao nome Dólon se dá pelo fato de os autores tentarem ludibriar o sistema de saúde e os órgãos públicos com documentos falsificados.

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