Vigilância epidemiológica: Sesau intensifica ações para controle da dengue em Roraima

Ação emergencial integra o plano de controle vetorial para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti e interromper a cadeia de transmissão da doença. – Fotos: Ascom | Sesau

Em resposta ao cenário de alerta para a dengue em Roraima, a Secretaria de Saúde realizou ao longo da semana passada uma nova etapa da aplicação de fumacê UBV pesado no município de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.

A ação emergencial integra o plano de controle vetorial para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti e interromper a cadeia de transmissão da doença. Além do fumacê, a equipe municipal, em conjunto com a CGVS (Coordenação Geral de Vigilância em Saúde), está intensificando atividades de educação em saúde, visitas domiciliares e eliminação de criadouros.

“Nesse período de 28 de abril a 1º de maio, realizamos a nebulização com o carro fumacê. Além disso, houve a intensificação das visitas à domiciliares, orientação à população de educação e saúde, sensibilização da rede de assistência, unidades básicas e hospitais, para que, nesse momento, todas os trabalhadores de saúde do município estejam envolvidos na vigilância efetiva dos casos suspeitos de dengue”, afirmou a gerente do Núcleo de Controle de Febre Amarela e Dengue da Sesau, Rosângela Santos.

De acordo com o painel de monitoramento da CGVS, de janeiro a maio de 2025, Roraima registrou 825 casos suspeitos de dengue, sendo 176 considerados prováveis. A preocupação é reforçada pelo cenário climático de chuvas e calor, que favorece a proliferação do mosquito vetor e aumenta o risco de epidemias em todos os municípios.

“Devido ao cenário de alerta, o Núcleo vem intensificando todas as atividades de controle das arboviroses, e nesse momento, a de maior ocorrência está sendo a dengue, devido ao óbito em Pacaraima. Todas as atividades, obedecendo o protocolo do Ministério da Saúde, estão sendo realizadas, e o Estado vem agora complementar essa atividade, que iniciou com a eliminação de criadouros em toda a região em torno do caso e em todo o município”, acrescentou Rosângela.

Como prevenir

Para prevenir novos casos, a orientação é que a população elimine depósitos de água parada em suas casas e procure atendimento médico imediato em caso de febre alta, dor abdominal intensa, vômitos persistentes ou sangramentos.

“Esperamos que, com todas essas ações, o cenário mude. O Estado segue junto ao município, realizando as atividades de acordo com as suas atribuições, fazendo as tarefas rotineiras e as atividades interessantes”, ressaltou a gerente.

Relembre o caso

Há duas semanas, Roraima confirmou o primeiro óbito por dengue do ano, envolvendo uma mulher de 48 anos, residente temporária em Pacaraima. A paciente, do sexo feminino, sem histórico de comorbidades, apresentou sintomas no dia 9 de abril, como dor de cabeça, febre e dores no corpo. Com a evolução do quadro, surgiram dores articulares intensas, dor abdominal, vômitos e diarreia.

Ela procurou atendimento médico em Pacaraima e com o agravamento dos sintomas, foi levada pela família ao HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento), onde faleceu em 15 de abril.

A partir da notificação hospitalar, o Núcleo de Controle de Febre Amarela e Dengue iniciou o protocolo de investigação, com coleta de dados clínicos e domiciliares, orientação de ações ao município e análise laboratorial. O diagnóstico foi confirmado no dia 23 de abril, com resultado reagente para sorologia IgM, realizado pelo Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública).

Fronteiras protegidas

Paralelamente, a Sesau participou no dia 26 de abril, da Campanha de Vacinação Transfronteiriça 2025, realizada no município de Bonfim, na fronteira com a Guiana. A ação integra a 23ª Semana de Vacinação nas Américas e teve apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde da Guiana.

Durante a campanha, foram oferecidas vacinas contra HPV, COVID-19 e febre amarela para a população da faixa de fronteira, reforçando o histórico de cooperação em saúde pública entre Brasil e Guiana. A iniciativa dá continuidade às ações de bloqueio e vacinação iniciadas em 2022, incluindo o trabalho conjunto de controle vetorial e multivacinação em Bonfim e Lethem.

Suyanne Sá

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