
O Brasil celebrou nesta terça-feira, 20, o Dia Nacional do Medicamento Genérico, um marco na democratização do acesso à saúde. Desde a regulamentação em 1999, os genéricos passaram de alvo de desconfiança para a alternativa amplamente recomendada por médicos e escolhida pelos pacientes. Em 2025, essa categoria representou mais de 39% das vendas em diversas áreas terapêuticas, especialmente no tratamento de doenças crônicas como hipertensão e colesterol.
Além de garantirem segurança, eficácia e qualidade rigorosamente controladas, os genéricos são alívio no orçamento dos brasileiros. Por lei, devem custar 35% menos que os medicamentos de referência, mas, na prática, essa economia pode atingir 67%. Desde sua introdução, essa política pública já proporcionou economia de R$ 346 bilhões aos consumidores.
A presidente do Conselho Regional de Farmácia de Roraima (CRF/RR), Bianca Crispim, destaca a mudança de percepção sobre os genéricos.
“Por muito tempo, o medicamento genérico foi tabu, porque era mais barato e se acreditava que não servia. Mas isso já veio por terra há muito tempo. Hoje sabemos que a qualidade e a confiabilidade desses medicamentos são totalmente existentes e seguras. Por isso, vemos esse crescimento na adesão, não só pelo preço, mas também pela confiança da população, que já sabe que pode utilizar esse medicamento sem receio algum”, confirmou.
Bianca atesta que os genéricos possuem a mesma qualidade dos medicamentos de marca, pois compartilham matérias-primas semelhantes. Segundo ela, o nome “genérico” inicialmente gerou preconceito, já que remetia à ideia de um produto “generalizado”.
“Quase 90% da população brasileira hoje usa esse tipo de medicamento, que chega ao mercado com preço mais acessível. A única ressalva para os de marca ocorre em casos raros, quando o paciente tem algum tipo de alergia a um componente específico que só é encontrado em determinados medicamentos de referência”, explicou.
O impacto dos genéricos vai além do benefício individual. No Sistema Único de Saúde (SUS), a substituição de medicamentos de referência por genéricos permite a redistribuição de recursos em pesquisa e expansão dos serviços. Além disso, 85% dos medicamentos distribuídos pelo programa Farmácia Popular são genéricos, garantindo acesso a tratamentos essenciais para milhões de brasileiros.
Dados Atualizados Sobre Genéricos no Brasil
Crescimento de 7% nas vendas em 2025, reforçando sua posição de destaque no mercado farmacêutico.
Dos 20 medicamentos mais prescritos no país, 15 são genéricos.
85% dos medicamentos distribuídos pela Farmácia Popular pertencem a essa categoria.
Mais de 102 laboratórios fabricam genéricos no Brasil, totalizando mais de 14 mil apresentações disponíveis.