
Representantes do Governo de Roraima participaram nesta sexta-feira, 23, do último dia da 15ª Reunião da Força-Tarefa dos Governadores pelo Clima e Florestas, realizada em Rio Branco (AC). O evento reuniu representantes de 43 estados e províncias de 11 países que são responsáveis por mais de um terço das florestas tropicais do planeta. O evento foi realizado no Teatro da Ufac (Universidade Federal do Acre).
Em um painel de perspectivas para a COP-30, que será realizada em novembro, em Belém (PA), os governadores compartilharam experiências e soluções aplicadas nos Estados, destacando iniciativas voltadas ao fortalecimento comunitário e à valorização dos pagamentos por serviços ambientais como ferramentas essenciais para o desenvolvimento sustentável e a conservação das florestas tropicais.
O governador Antonio Denarium apresentou dados sobre o avanço de Roraima em áreas como preservação ambiental, regularização fundiária e produção agrícola. Conforme o governador, 65,7% da vegetação nativa permanece preservada. Além disso, 46% do território de Roraima corresponde a terras indígenas, enquanto outros 20% estão em unidades de conservação e florestas nacionais.
Ordenamento
Desde 2019, o Estado executa o ZEE (Zoneamento Econômico Ecológico), instrumento de planejamento que organiza o uso do território. O ZEE reconhece as áreas indígenas, unidades de conservação e zonas produtivas. Paralelamente, Roraima tem avançado na regularização fundiária, com a transferência de terras da União para o Estado.
“Hoje nós temos o maior programa de regularização fundiária do Brasil. Já entregamos mais de 20 mil títulos definitivos, titulamos mais de 2 milhões de hectares de terras rurais. E com isso, mais de 90% das propriedades tituladas são de agricultores familiares. Nós temos a regularização ambiental, a terra no nome dos seus proprietários, que deixaram de ser posseiros e podem falar que são donos de suas próprias terras por direito”, declarou.
O governador também destacou os investimentos na agricultura. “Esse ano, nós estamos plantando 4 mil hectares de milho, feijão, mandioca e macaxeira em agricultura familiar e em áreas indígenas. Na agricultura familiar, cerca de 1 a 2 hectares por família. Comunidades indígenas, atendemos aproximadamente 200 comunidades com 10 hectares por comunidade, e vale ressaltar, tudo custeado com recursos próprios do Governo do Estado”, explicou o governador.
Ele acrescentou que em termos de agricultura familiar indígena, o maior programa do Brasil é executado pelo Estado de Roraima, que garante a preservação ambiental das terras manejadas pelos povos originários. “Aquele agricultor familiar que tem a terra mecanizada, corrigida, adubada, com a terra de boa qualidade, no ano seguinte vai deixar de desmatar um pedaço de mata para fazer a sua roça”, acrescentou.
Crescimento com sustentabilidade
Roraima apresenta o maior crescimento econômico proporcional do Brasil e lidera a geração de empregos formais, com Boa Vista ocupando a primeira posição entre as capitais no ranking. “Vamos continuar trabalhando com sustentabilidade, geração de alimentos, crescimento econômico, geração de renda e geração de empregos dentro dessa política que adotamos”, finalizou.
O painel principal do encontro no Acre abordou as perspectivas dos governadores para a COP-30 e reforçou a importância das lideranças subnacionais no cumprimento dos compromissos climáticos globais. Participaram representantes de estados do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, que compartilharam experiências em desenvolvimento sustentável e pagamentos por serviços ambientais.
Femarh também participou do encontro
A Femarh (Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) também participou do evento. Durante a programação da última quarta-feira, 21, os secretários de Meio Ambiente de nove Estados da Amazônia Legal se reuniram com o MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima) para discutir estratégias de combate ao desmatamento e às queimadas ilegais.