IFRR promove oficina de roteiro para curtas inspirados em contos regionais

Evento, gratuito, ocorre nesta quarta-feira, no Campus Boa Vista, e é aberto a estudantes, servidores e comunidade em geral. – Fotos: Arquivo pessoal e CBV/IFRR

Em uma ação conjunta, a Coordenação Estadual do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC) e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Campus Boa Vista do Instituto Federal de Roraima (CBV/IFRR) promovem, nesta quarta-feira, 28, a Oficina de Roteiros para Curtas de Contos Regionais. O evento, destinado a estudantes, servidores do IFRR e comunidade em geral, será realizado no Complexo de Artes do CBV, localizado na Av. Glaycon de Paiva, 2496, bairro Pricumã, das 8h às 12h.

A oficina será ministrada por Jama Peres Pereira, multiartista indígena da etnia wapichana. Ela atua como produtora executiva, diretora, roteirista e pesquisadora interdisciplinar. Também integra o grupo de agentes territoriais de cultura em formação pelo PNCC. A proposta da ação é incentivar os participantes a desenvolverem roteiros de curtas-metragens inspirados em contos regionais, valorizando as tradições e as narrativas locais.

Interessados podem se inscrever gratuitamente por meio deste link.

Programação da oficina

A oficina será dividida em quatro momentos:

Apresentação e introdução – Contextualização da atividade e da importância dos contos regionais.

Teoria e exemplos – Explicações sobre roteirização e adaptação de histórias para o cinema.

Atividade prática – Trabalho em grupos pelos participantes para transformarem um conto regional em roteiro para curta-metragem.

Conclusão e feedback – Compartilhamento dos roteiros produzidos e encerramento.

Jama Peres Pereira, multiartista indígena da etnia wapichana.

Mais sobre o PNCC

O PNCC, instituído pelo Ministério da Cultura (MinC) por meio da Portaria Ministerial 64/2023, tem como objetivo ampliar o acesso às políticas públicas de cultura, promovendo a participação popular e cidadã no Sistema Nacional de Cultura (SNC).

Os agentes territoriais de cultura são pessoas selecionadas para representar a diversidade de suas comunidades. Eles são uma peça-chave para que as ações culturais cheguem aos territórios de forma efetiva.

O coordenador estadual do Programa de Agentes Territoriais de Cultura, Adnan Assad Youssef Filho, que também é servidor do IFRR e coordenador do Núcleo de Parcerias, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão (Proex), explicou como ocorre a articulação institucional.

“O programa atua na articulação territorial entre o governo federal e sua rede de parceiros, buscando dar capilaridade às políticas públicas e aos programas culturais, ao mesmo tempo em que fortalece a participação social. Nesse contexto, a parceria com os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), entre outras instituições, é uma das estratégias do PNCC. No âmbito do IFRR, o programa é conduzido pela Proex”, disse Youssef.

O papel do Neabi no CBV/IFRR

Com enfoque na promoção da equidade, da valorização da diversidade e na luta pela garantia de direitos, o Neabi tem atuação fundamental dentro do IFRR. O coordenador do Neabi/CBV, professor Heitor Claro, esclarece que o setor é mais do que um espaço de reflexão — é também um espaço de ação social concreta no cotidiano da unidade e do instituto.

“O CBV é o maior campus do IFRR, abrigando grande diversidade de pessoas, desigualdades e emoções. Veja, quando o IFRR tem um refeitório que pode ofertar alimentação gratuita, temos estudantes que, sem a gratuidade, passariam fome. E quem se dedica a perceber e se afetar por essas questões não são só os assistentes sociais, mas, sobretudo, o Neabi, já que percebemos a desigualdade a partir de um reflexo da sociedade no IFRR”, declarou o gestor.

Claro explicou ainda a relevância das políticas voltadas ao êxito estudantil. “Estudantes negros e indígenas, estudantes de baixa renda, sobretudo, são oriundos das camadas historicamente alienadas material e subjetivamente dos seus direitos e da cidadania plena. Só um núcleo com essas afecções e com essa vocação — de procurar entender as raízes dos problemas sociais refletidos na educação — pode problematizar questões como acesso e permanência dos estudantes na unidade”, afirmou.

Sofia Lampert

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