Artigo: A construção de polos industriais em regiões estratégicas – Uemerson Florencio

Com a crescente internacionalização de muitos processos industrias, muitos países optaram pelo esvaziamento de seus parques industriais dentro de seus territórios. Mas vemos um razoável esforço para a retomada desses esforços, mas tem sido hoje altamente desafiador, afinal, temos mercados consolidados no globo a exemplo da Índia, China, Estados Unidos, Rússia, entre outros.

A partir desta realidade, o que fazer? São novos cenários – temos o advento das Inteligências artificiais, a nanotecnologia e uma série de softs capazes de processar inúmeras informações em nanosegundos. O quanto estamos capacitados para competir em pé de igualdade uma vez que não há tanto incentivo para o desenvolvimento da indústria nacional?

O plano de negócio para a instalação de um polo industrial deverá ser criado por uma equipe intersetorial com base no trabalho colaborativo e sistemático e com ampla visão quanto aos cenários de longo prazo. Nele deve constar um planejamento estratégico consistente, coerente e adequado a realidade em diversas frentes – a citar: Os aspectos demográficos, sociais, históricos, culturais, políticos, climáticos, geográficos, econômicos, científicos, tecnológicos, entre outros.

Assim, poderá mapear com certa clareza as principais oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos, além de buscar dimensionar de forma sólida, a ampla concorrência numa perspectiva global. Este esforço conjunto será para avaliar e determinar a viabilidade técnica e econômica do projeto na região escolhida.

Cada estado brasileiro tem de alguma forma os seus polos industriais, mas a diferença está geralmente nas suas respectivas Legislações, afinal, cada um tem regras próprias e não uniformes. Tais Leis, geralmente estão aliadas ao plano diretor do município e o investimento financeiro realizado das mais diversas ordens, volumes e fontes.

Dessa forma, vamos apresentar alguns dos motivos para a construção de um polo industrial numa região:

– Fortalecimento da economia municipal;

– Geração de empregos diretos e indiretos;

– Atração de empresas do mesmo ramo de atuação, complementares e afins;

– Arrecadação de impostos para o município, estado e federação;

– Contribuição para o crescimento do produto interno bruto – PIB;

– Assegura o desenvolvimento local – Por ser um conjunto de negócios, o polo naturalmente tem capacidade para atrair outros novos negócios com serviços derivados associados ou não a cadeia produtiva das empresas ali instaladas, bem como, outros serviços a serem oferecidos por empresários locais e das outras praças;

– Elevação no índice da qualidade de vida dos residentes – a iniciativa privada passa a oferecer serviços nas áreas de alimentação (redes de supermercados, restaurantes e lanchonetes), educação (escolas e cursinhos pré vestibulares, técnicos e profissionalizantes), na saúde surgem clínicas médica, odontológicas, laboratórios, hospitais e afins;

– Ampliação na oferta de serviços públicos (Construção de escolas, segurança, postos de saúde, estradas, estruturas rodoviárias, instalação de sinalizações diversas, calçamento, iluminação, recuperação do patrimônio público, reforço no saneamento básico e demais aspectos de infraestrutura);

– Entre outros.

Normalmente a maioria dos empresários veem-se atraídos para instalar a sua empresa nesta ou naquela cidade quando alguns incentivos se tornam mais atrativos aos seus empreendimentos:

– A segurança jurídica, aspectos fiscais, impostos e afins;

– Terreno em planície natural ou com terraplanagem definida;

– Disponibilidade de água, esgotamento sanitário, rede de energia elétrica, cobertura ou sinal para celular e internet;

– Acessibilidade para a aquisição da respectiva matéria prima;

– Boas condições da estrutura portuária, aeroviária, rodoviária ou ferroviária para escoar a produção;

– Zonas onde são aplicados a ação de impostos zero ou redução da carga tributária na qualidade de incentivos fiscais a partir dos governos Estadual e Federal.

– Os aspectos de segurança pública com efetivo policial fornecido pelo Estado e suas respectivas estruturas; Entre outros.

Quanto a preferência da mão de obra, muitos gestores empresariais optam pelos residentes da cidade-sede e das regiões próximas. Os colaboradores devem ter o seu direito trabalhista respeitado sempre pautado na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. As empresas deverão prestar atenção especial aos seguintes itens:

– Capacitação e atualização profissional constante;

– Remuneração nivelado ao valor real de mercado;

– Oferta de plano de carreira fundamentado na meritocracia;

– Implantação do programa de valorização dos trabalhadores com ênfase para a dignidade humana;

– Garantir os três níveis de segurança: No trabalho operacional, nos aspectos jurídicos e humanos quanto a vulnerabilidade social, face a crescentes cenários de violência urbana em diversas regiões.

E, para concluir, estas são algumas das considerações a respeito de um tema que requer apenas um único encaminhamento: uma grande coalisão de forças com interesses comuns entre o poder público, iniciativa privada e terceiro setor. Onde deve existir uma relação de “ganha x ganha”, pois neste caso verdadeiramente, todos devem investir para aquisição de ganhos coletivos.

(*) Uemerson Florêncio – Escritor. Treinador, palestrante e correspondente internacional onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises.

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