
O Banco da Amazônia encerrou o primeiro semestre de 2025 com resultados expressivos: lucro líquido de R$ 575,2 milhões, crescimento de 20,3% na carteira de crédito – que chegou a R$ 62,8 bilhões – e avanço em linhas de financiamento voltadas a pequenos negócios, mulheres empreendedoras e projetos sustentáveis. A instituição também ampliou sua base de clientes para 1,2 milhão de pessoas, reforçando o papel de principal agente financeiro do desenvolvimento regional.
À frente desse processo, o presidente Luiz Lessa destaca que o desempenho não se limita aos números. Em entrevista, ele detalha como o Programa de Transformação vem modernizando a gestão, impulsionando a eficiência operacional e fortalecendo a inclusão produtiva. Entre os destaques, estão os R$ 5,6 bilhões aplicados em bioeconomia, energia renovável e infraestrutura sustentável; o apoio aos municípios de menor IDH, com destinação de R$ 8,3 bilhões; e o crescimento de 131,7% no PRONAF, voltado à agricultura familiar. Outro ponto de evolução foi a digitalização: o Banco da Amazônia registrou expansão nas movimentações por mobile banking, Pix e abertura de contas digitais, além de reposicionar sua marca, hoje avaliada em R$ 223,6 milhões. Para Lessa, a missão é clara: combinar impacto social com solidez financeira e estar cada vez mais próximo da população da Amazônia.
Roraima em Foco – O Banco da Amazônia registrou lucro líquido de R$ 575,2 milhões no primeiro semestre de 2025. O que esse resultado representa?
Luiz Lessa – Esse resultado mostra que estamos conseguindo crescer de forma consistente e responsável. O lucro 6,7% maior em relação ao mesmo período de 2024 reflete a solidez da nossa gestão, mesmo em um cenário de maior pressão de inadimplência no mercado. Mais do que números, ele reafirma o papel do Banco da Amazônia como agente estratégico para o desenvolvimento regional. Estamos conseguindo ampliar o crédito para diferentes públicos, impulsionar a economia local e, ao mesmo tempo, manter eficiência e responsabilidade financeira.
ReF – Qual foi o destaque da carteira de crédito?
LL – A carteira de crédito atingiu R$ 62,8 bilhões, um crescimento de 20,3% em 12 meses. O destaque foi o crédito Comercial, que cresceu 93,3%. Esse avanço está diretamente ligado ao Programa de Transformação do banco, que vem modernizando processos e aproximando ainda mais os clientes das nossas soluções. Esse crescimento é importante porque significa mais apoio às empresas, mais geração de empregos e mais dinamismo econômico na região.
ReF – E em termos de receita, como foi o desempenho?
LL – A receita total avançou 19% e chegou a R$ 4,5 bilhões. As receitas de del credere, que são importantes para a sustentabilidade da instituição, tiveram alta de 12,7%, totalizando R$ 996,5 milhões. Isso demonstra que conseguimos ampliar o alcance das nossas operações e diversificar as fontes de receita, garantindo equilíbrio financeiro para continuar investindo em crédito e inovação.
ReF – O banco também ampliou sua base de clientes. Pode detalhar esse crescimento?
LL – Sim. Fechamos junho com 1,2 milhão de clientes ativos. Entre eles, 1,1 milhão são pessoas físicas, o que representa um crescimento de 9% em 12 meses. Isso mostra que estamos cada vez mais presentes no dia a dia da população da região Norte. Já a carteira de pessoa jurídica chegou a 97 mil clientes, com expansão de 15,6%. Esse dado é muito importante porque significa que estamos apoiando pequenos negócios, empreendedores e empresas locais que são fundamentais para o desenvolvimento regional.
ReF – Como está a eficiência operacional do Banco da Amazônia?
LL – O Índice de Eficiência Operacional encerrou o semestre em 30,48%, um aumento de 2,46 pontos percentuais em relação a 2024. Esse resultado tem relação direta com os investimentos que estamos fazendo em tecnologia, inovação e capacitação de pessoas. Nosso Programa de Transformação não é apenas uma modernização digital, mas também uma mudança cultural dentro do banco, que reflete em mais agilidade, melhores serviços e um atendimento mais próximo da realidade dos clientes.
ReF – E quanto ao patrimônio líquido e ao retorno sobre o investimento?
LL- O patrimônio líquido alcançou R$ 7 bilhões, um avanço de 8,8% em 12 meses. Já o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) foi de 17,3%, o que consideramos um desempenho muito positivo dentro de um cenário de desafios. Esses números confirmam que o banco tem solidez, sustentabilidade financeira e condições de continuar ampliando sua atuação sem perder de vista a responsabilidade na concessão de crédito.
ReF – O banco também tem forte atuação socioambiental. Como foram os resultados nesse semestre?
LL- Entre janeiro e junho, destinamos R$ 5,6 bilhões em linhas verdes, o que representa um aumento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses recursos foram aplicados em áreas como bioeconomia, energia renovável e infraestrutura sustentável. Ou seja, não estamos apenas financiando projetos, mas apoiando uma transição para uma economia mais limpa e mais conectada às potencialidades da região Amazônica.
ReF – E no apoio ao setor rural e às mulheres empreendedoras?
LL- No setor rural, o PRONAF movimentou R$ 1,2 bilhão, crescimento de 131,7%. Isso reforça nosso papel como um dos principais financiadores da agricultura familiar na região. Já o programa BASA Acredita Pra Elas beneficiou 18 mil mulheres empreendedoras, com R$ 65,5 milhões em contratações. Esse é um exemplo claro de como conseguimos unir inclusão produtiva, estímulo à geração de renda e apoio ao empreendedorismo feminino, que tem grande impacto social nas comunidades.
ReF – E como está a atuação em áreas mais vulneráveis?
LL- O apoio a municípios de menor IDH chegou a R$ 8,3 bilhões, com crescimento de 37,4%. Esse é um dado que nos orgulha muito porque significa levar crédito e oportunidades para regiões que mais precisam, muitas vezes distantes dos grandes centros. Também tivemos forte expansão no crédito para micro e pequenas empresas e MEIs, fortalecendo a geração de emprego e renda em comunidades que antes tinham pouco acesso a financiamento.
ReF – O banco também tem investido em tecnologia e marca. Quais os principais avanços?
LL – Estamos avançando de forma consistente na digitalização. Houve crescimento expressivo no uso de mobile banking, nas movimentações via Pix e na abertura de contas digitais. Isso mostra que nossos clientes estão cada vez mais conectados e que conseguimos oferecer soluções acessíveis, mesmo em uma região de grandes desafios geográficos como a Amazônia. Além disso, reposicionamos nossa marca, que hoje é avaliada em R$ 223,6 milhões. Esse reposicionamento reflete os valores que defendemos: inclusão, impacto social e modernização.
ReF – Qual a visão de futuro para o Banco da Amazônia?
LL- Nosso compromisso é ampliar ainda mais o alcance do crédito, sempre de forma responsável e sustentável. Queremos ser reconhecidos como um agente de transformação para a região Norte, apoiando desde o pequeno agricultor até grandes projetos sustentáveis. Isso passa por investir em tecnologia, em pessoas e em proximidade com os clientes. Em cada contato, seja no digital ou no relacionamento direto, queremos que a população perceba o Banco da Amazônia como um parceiro no desenvolvimento, na geração de oportunidades e na construção de um futuro mais próspero para a região.

