
Brigadistas indígenas iniciaram em outubro atividades para prevenir o avanço de incêndios florestais em Roraima. Os 18 combatentes envolvidos na ação fazem parte da Brigada de Queima Prescrita (BQP) dos povos Macuxi, Wapixana e Taurepang.
Formada pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a equipe iniciou as atividades preventivas em comunidades indígenas como Raposa Serra do Sol, São Marcos e Araçá, que adotaram essa técnica em sua tradição e cultura.

Por meio do uso do próprio fogo, de forma planejada, controlada e monitorada, diminui-se o material vegetal seco (combustível) em áreas de lavrado e de floresta. A técnica de queima prescrita, como é chamada, é aplicada para reduzir o número de focos, a intensidade, o risco e o tamanho de incêndios florestais durante a estação seca, de setembro a novembro em Roraima. A ação também é essencial para conservar ecossistemas que são naturalmente dependentes do fogo, como o Cerrado.
De acordo com Bruno Eduardo, indígena Macuxi e supervisor da Brigada Estadual do Prevfogo em Roraima, a queima prescrita ajuda a criar mosaicos de vegetação que beneficiam a biodiversidade e oferecem refúgios e recursos para animais, além de proteger buritizais e controlar espécies invasoras.
A atuação dos indígenas recebe apoio conjunto do Ibama e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). “Esse trabalho conjunto só fortalece a capacidade técnica das equipes do Prevfogo e valoriza os saberes tradicionais”, finalizou o chefe da Unidade Técnica do Ibama no Lavrado (UT-RR), Joaquim Parimé.

