Alteração em lei estadual resolve conflito com o Código Florestal e beneficia manejo sustentável em Roraima

Projeto de lei foi proposto pelo presidente da ALE-RR, deputado Soldado Sampaio. – Foto: Ascom Parlamentar

Proposta pelo presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Soldado Sampaio, uma alteração na legislação estadual vai permitir maior flexibilidade no uso de áreas florestais manejadas em Roraima, alinhando a lei local ao Código Florestal Brasileiro. A mudança, aprovada durante sessão extraordinária nesta terça-feira, 28, resolve um impasse que limitava produtores que realizavam o Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) a converter apenas 20% de suas áreas para uso alternativo do solo, mesmo quando a legislação federal e o zoneamento estadual permitiam até 50%.

Sampaio explica que o Código Florestal e o zoneamento ecológico de Roraima preveem que até 50% das áreas de cobertura florestal podem ser convertidas para outros usos. Contudo, produtores de Roraima que já concluíram o ciclo de manejo florestal, com os relatórios pós-exploratórios aprovados pela Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), estavam impedidos de solicitar a conversão completa da área permitida.

“Essa restrição se devia a uma incompatibilidade entre a lei estadual de manejo florestal e a legislação federal. A partir da aprovação desse projeto de lei que pede alteração na Lei nº 986/2015, quem tiver o plano de manejo concluído poderá solicitar a conversão de até 50% da área, desde que sejam atendidos os critérios técnicos estabelecidos”, esclareceu.

A mudança no Termo de Responsabilidade de Manutenção de Floresta Manejada permitirá a reformulação dos PMFS e sua adequação à lei federal. Para a conversão de áreas serão exigidos critérios para assegurar a sustentabilidade da conversão, como a aprovação pela Femarh, com análise do relatório pós-exploratório e verificar se o ciclo do manejo foi devidamente concluído, inventário florestal atualizado e proibição de conversão em áreas embargadas, ou seja, áreas com PMFS suspensos ou embargados não poderão solicitar alterações no uso do solo.

Para Sampaio, a nova legislação, “promete destravar investimentos no setor florestal de Roraima, beneficiando a economia local e promovendo o desenvolvimento sustentável”. “A alteração atende a uma demanda antiga dos produtores de Roraima, que enfrentavam dificuldades para aproveitar o potencial econômico de suas áreas devido à divergência entre as leis. Além disso, garante que o uso alternativo do solo seja feito com responsabilidade ambiental, respeitando os critérios técnicos e de sustentabilidade”, garantiu.

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