
Moradores da Vila Recrear, em Alto Alegre, entraram em contato com o site Roraima em Foco para denunciar o iminente risco de rompimento da vicinal do Au Au, principal via de acesso da comunidade.
De acordo com a presidente da Aprafama (Associação dos Produtores Rurais e Agricultura Familiar Agrosustentável do Município de Alto Alegre), Cheila Oliveira, esse problema vem se arrastando desde as gestões anteriores do município e que se agravou no ano passado, pois foi feito uma vala de escoamento nas margens da estrada no entroncamento principal da vicinal que, segundo ela trouxe um prejuízo sem tamanho para a região e para o meio ambiente.
“Essa vala ela desce, escorre toda água que vem lá de cima, e, quando escorre vem junto com ela um grande volume de areia e lixo, causando um assoreamento no primeiro igarapé, o que causa um prejuízo enorme para o meio ambiente no Igarapé da primeira ponte. Esse assoreamento tem causado sérios transtornos. Quando chove forte parece uma cachoeira. Fez um buraco bem feio e aí agora está apartando próximo à cabeceira da ponte. Se ninguém tomar providências a gente vai ficar ilhado novamente”, explica Cheila, afirmando que mais de 500 famílias da região podem ser prejudicadas e lhe solicitaram providência perante o poder público, onde em conjunto com a população decidiu fazer um abaixo assinado para tornar público e cobrar dos órgãos competentes providências urgentes, pois ainda não chegou o inverno e já estão passando por esse transtorno.

Os moradores afirmam que já foram feitas várias solicitações à gestão do município desde as gestões anteriores e também a atual, mas não houve manifestação para resolver o problema. Afirmam também que já houve promessas de parlamentares e do próprio prefeito de Alto Alegre, Wagner Nunes, que iriam arrumar essa estrada e até agora nada foi feito. No ano passado, no período da campanha foi feito um paliativo, mas já foi levado com as chuvas fortes dos últimos dias.
“A gente fica numa situação que é só na graça de Deus mesmo porque o poder público mesmo não está fazendo o seu trabalho. E a gente fica esperando que alguém tome uma providência. Entendemos que são muitos os entraves e também tem dificuldade de acesso em outras localidades, mas nós fazemos parte do município de Alto Alegre, aqui é nossa casa, merecemos respeito, nosso voto tem que valer os 4 anos. No ano passado, nós fizemos muitos paliativos com sacos de areia para poder dar trafegabilidade para a população. Mas, este ano não tem paliativo que resolva ali. Tem que fazer um trabalho bem feito. A cabeceira da ponte já está arrebentando e o risco ali de acontecer acidente é iminente”, sem contar com a terceira ponte, que fica intrafegável, pois a mesma já está no mesmo nível de água e quando chove é ainda pior, ninguém passa”, denuncia a moradora.

Mais problemas
Outra denúncia feita pelos moradores é quanto ao fornecimento de energia elétrica para a região, que, segundo eles, não é mais suficiente para suprir toda a demanda da população.
“A energia que é entregue aqui não é suficiente para a quantidade de moradores que já tem aqui. Aí, todas as vezes que chove, cai a energia e a gente passa dois, três, quatro dias sem energia. E aí, com muita luta, a Roraima Energia prontamente vem e resolve, porque a demanda é muito alta realmente”, conta.
Para completar a situação caótica da região, recentemente uma tempestade de raios causou inúmeros prejuízos aos moradores, devido a interferências na rede elétrica.
“Por pouco várias pessoas não perderam a vida, mas muitos moradores perderam animais, equipamentos… dentre eles rádios de internet, máquina de lavar, transformadores entre outros, além de descarga elétrica segundo relatos de muitos moradores.”

Abaixo-assinado
Cheila informou que os moradores da região estão fazendo um abaixo-assinado para cobrar do poder público e dos órgãos competentes, uma providência para resolver a situação.
“Isso é um descaso, nossa vicinal é esquecida. Esse tipo de situação acomete a comunidade de uma forma geral, desde a questão da saúde, da trafegabilidade inclusive das crianças para irem na escola que ficam impedidas nesses períodos de fortes chuvas. Precisamos de uma solução urgente. Nós da Aprafama temos um projeto de fisioterapia para a população sob a direção da Dra. Adriane Brito, e atendemos uma média de 30 pessoas todos os sábados, a maior parte idosos. E por muitas vezes deixamos de atender por falta de trafegabilidade nesse período chuvoso por causa da estrada. Esse abaixo assinado nós vamos entregar em vários órgãos públicos, inclusive no Ministério Público”, afirma.
Ela conta que, por diversas vezes, a própria população fez várias arrecadações, vaquinhas, dentro da própria comunidade, para arrumar a estrada e dar o mínimo de trafegabilidade.
“O poder aquisitivo das pessoas aqui é bem baixo, então, o pouco que nós tempos a gente ainda compartilha para tentar contratar máquinas para vir arrumar a estrada, papel esse da gestão municipal”, lamenta a moradora.
O portal entrou em contato com o prefeito Wagner Nunes e aguarda manifestação sobre o assunto.