Bem-te-vi: com entrega gratuita de óculos, projeto atendeu mais de 4.500 alunos de Boa Vista

Em 2025, 12 mil estudantes devem passar pela etapa de triagem, que segue até 17 de junho em diversas escolas da rede municipal. – Fotos: Semuc | PMBV

Em pouco mais de dois anos de implantação, o projeto Bem-Te-Vi tem impactado positivamente a vida de milhares de alunos da Rede Municipal de Ensino de Boa Vista. Por meio dessa iniciativa, são oferecidas consultas médicas e oftalmológicas, resultando em entrega gratuita de óculos para as crianças que necessitam de correção visual. Este ano, 12 mil alunos devem passar pela triagem.

A etapa 2025 de triagem já está em andamento e segue até o dia 17 de junho em diversas escolas de Boa Vista. Nessa fase, é utilizado o escaneador ocular Spot Vision Screener (Hillrom), uma tecnologia moderna, portátil e não invasiva. Em poucos segundos, o equipamento detecta alterações visuais nas crianças.

“É um equipamento tecnológico e muito rápido. Capta a dilatação da pupila com uma luz colorida que chama a atenção da criança, sem dor ou desconforto. Em menos de uma hora, conseguimos avaliar até 50 alunos. Caso a criança precise de óculos ou até de cirurgia, já iniciamos o processo de acompanhamento. É um trabalho humanizado e eficiente”, explicou a coordenadora da etapa de triagem do projeto, Vitória Bezerra.

Os estudantes com alterações visuais identificadas na triagem são encaminhados para a próxima etapa, as consultas oftalmológicas, onde no mesmo dia já escolhem sua armação de óculos em uma ótica montada na própria escola. Em casos de problemas mais sérios, os alunos seguem para tratamento especializado no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA).

Transformando realidades, ampliando horizontes

O gerente de Planejamento da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC), Janderson Barros, explicou os objetivos do projeto e a importância de acompanhar os alunos que já passaram pela triagem anteriormente. Desde a implantação do Bem-Te-Vi, 4.524 crianças foram contempladas com óculos.

“Neste ano, faremos duas frentes de atendimento: uma com os alunos novos na rede municipal e outra com os que já foram atendidos. Queremos verificar se houve evolução visual e também acompanhar o impacto no desempenho escolar. São histórias que nos emocionam”, disse.

Ele também reforçou a relevância do projeto. “Muitos pais desconheciam que os filhos tinham dificuldades visuais. Quando identificamos e solucionamos, transformamos não só a aprendizagem da criança, mas toda a rotina familiar. É um projeto que muda vidas”, contou.

Depoimentos que emocionam

Sara Silva, de 9 anos, é aluna do 4° ano da Escola Municipal Aquilino Mota. Ela, que está entre os contemplados com os óculos há cerca de um ano, destacou mudanças significativas. “Minha visão melhorou. Antes tinha que se sentar perto do quadro. Agora uso os óculos o dia inteiro. Escolhi a armação que mais gostei”, contou animada.

Gracilene Moreira, mãe da Sara, reforçou a evolução da filha, tanto no ambiente escolar, como também no dia a dia. “A leitura dela era muito difícil. Hoje melhorou bastante, tanto na escola quanto nas tarefas em casa”.

Quem também tinha dificuldades era o aluno Arthur Miguel, de 8 anos, estudante do 3° ano. “Antes eu não enxergava direito. Sentia muita dor de cabeça. Agora posso estudar melhor”, disse.

O pai, Rodrigo Nascimento, destacou a melhora do filho, refletida diretamente no rendimento escolar do pequeno Arthur. “Ele recebeu os óculos em junho do ano passado. A mudança foi visível: ele parou de reclamar de dores e suas notas melhoraram muito”.

Marcus Miranda

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