Censo 2022: rede geral ou pluvial de esgoto alcança 41,13% em Roraima

O crescimento em relação ao último levantamento é de 170%. – Foto: Arquivo

A proporção de domicílios com acesso à rede geral ou pluvial de esgoto em Roraima chegou a 41,13% em 2022, registrando aumento em relação a 2010 (170%) e 2000 (284%).

Dados do Censo Demográfico 2022 revelam que as duas soluções de esgotamento sanitário mais comuns em Roraima são por “Rede geral ou pluvial” e “Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede”, ambas consideradas adequadas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB).

As informações foram publicadas nesta sexta-feira, 23, pelo IBGE, na divulgação “Censo 2022: Características dos domicílios – Resultados do universo”.

“Entre os serviços que compõem o saneamento básico, a coleta de esgoto é o mais difícil, pois demanda uma estrutura mais cara do que os demais. O Censo 2022 reflete isso, mostrando expansão do esgotamento sanitário no Brasil, porém com uma cobertura ainda inferior à da distribuição de água e à da coleta de lixo”, explica Bruno Perez, analista da pesquisa.

No Brasil, moradores do Sudeste são mais atendidos por rede coletora de esgoto

No Brasil, a rede de esgoto alcançou 62,5% da população, liderada pela região Sudeste (86,2%), que apresentou a maior parcela da população morando em domicílios com coleta de esgoto. No sentido oposto, a região Norte (22,8%) mostrou a menor taxa nesse indicador. Entre as unidades da federação, os destaques no lado positivo e no negativo foram, respectivamente, São Paulo (90,8%) e Amapá (11,0%).

Na comparação entre 2010 e 2022, todas as unidades da federação registraram crescimento da proporção da população residindo em domicílios com coleta de esgoto e da proporção da população habitando domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica.

“A presença da rede de esgoto está relacionada ao contingente populacional de cada município. Há uma tendência de municípios com mais de 500.000 habitantes terem rede de esgoto mais robusta. Isso ocorre, em parte, devido à dificuldade de implementação do serviço em locais com menor densidade populacional, sendo necessária uma rede mais extensa para chegar ao mesmo número de pessoas de um município maior”, afirma Bruno.

Em Roraima, não há banheiros em 4.113 domicílios

A quantidade de domicílios onde não existiam banheiros, sanitários ou buracos para dejeções em Roraima foi de 4.113 (2,3%). Piauí (5,0%), Acre (3,8%) e Maranhão (3,8%) foram as unidades da federação com as taxas mais elevadas.

O banheiro (cômodo com vaso sanitário e instalações para banho) que, no cotidiano, era utilizado apenas pelos moradores dos domicílios e seus hóspedes, foi classificado como “de uso exclusivo”.

Em 2022, havia no mínimo um banheiro de uso exclusivo em 71,0 milhões de domicílios, onde residiam 197,5 milhões de pessoas. O número corresponde a 97,8% da população brasileira.

“A presença de banheiros nos domicílios brasileiros vem aumentando. O Censo 2010 havia registrado que 92,3% da população morava em domicílios com banheiro de uso exclusivo. Em 2022, esse índice cresceu 5,5 pontos percentuais. O número de banheiros em cada domicílio também tem subido. Em 2010, 71,5% dos domicílios com banheiro de uso exclusivo tinham apenas um banheiro, proporção que em 2022 caiu para 66,3%, indicando uma alta de 5,2 pontos percentuais na participação de domicílios com dois ou mais banheiros”, observa Bruno.

Coleta direta ou indireta de lixo atende a 77,7% da população roraimense

Em 2022, 77,7% (contra 76,0% do Censo 2010) da população roraimense residia em domicílios com coleta direta ou indireta de lixo. Os 22,3% restantes recorriam a soluções locais ou individuais para a destinação do lixo.

A maior proporção de coleta direta ou indireta de lixo foi registrada em São Paulo (99,0%), e a menor no Maranhão (69,8%). Em relação a 2010, o Maranhão foi a unidade da federação que mais ampliou a cobertura da coleta de lixo, com uma expansão de 16,3 pontos percentuais na proporção da população atendida, resultado que, no entanto, não foi suficiente para retirá-lo da última posição nesse indicador.

“A grande cobertura nacional do serviço de coleta de lixo pode ser explicada, em parte, pelo fato de ele precisar de uma infraestrutura relativamente simples para ser feita. Ainda existe, no entanto, uma desigualdade regional significativa, como no caso do Maranhão”, acrescenta Bruno.

O índice da população atendida por coleta direta ou indireta de lixo vem aumentando a cada operação censitária. Em 2000, 76,4% das pessoas tinham acesso à coleta de lixo, percentual que subiu para 85,8% em 2010, até atingir 90,9% em 2022.

Os dados do Censo 2022 mostram que, em geral, o acesso à coleta de lixo é mais limitado nos municípios com menor contingente populacional. Naqueles com menos de 5.000 habitantes, somente 78,9% da população residia em domicílios com coleta de lixo.

Porém, nos municípios com 500.001 ou mais habitantes, a coleta de lixo chegava a 98,9% das pessoas. Santa Cruz de Minas (MG), Águas de São Pedro (SP) e Presidente Lucena (RS) foram as cidades com índices mais elevados de população servida por coleta de lixo, todas com 100,0% de cobertura.  

Os municípios com maior restrição à coleta de lixo foram os que tinham menos de 5.000 habitantes da Região Nordeste, nos quais 68,3% das pessoas moravam em domicílios com coleta de lixo. Em 455 municípios, nas cinco Grandes Regiões do país, menos da metade da população era servida por coleta direta ou indireta de lixo.

 

 

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