A experiência tem apresentado uma grande variedade de tipos de protótipos. Essa variedade tem aumentado significativamente devido à descoberta de novos materiais e recursos, assim como ao aproveitamento daqueles já conhecidos para fazer as representações de futuras tecnologias. A impressão aditiva, por exemplo, é um recurso novo, que apareceu nos últimos dez anos com disponibilidade para muitos cientistas, principalmente devido ao custo de aquisição de equipamentos e softwares. Os tipos são assim chamados como decorrência do tipo de material que é utilizado para construir o protótipo (como papel, madeira, vidro, cerâmica etc.), sua finalidade, aspecto visual (volume, miniaturas, maquetes etc.), esquemas estratégicos (matriz CSD, Scrum etc.) ou tecnologias utilizadas (mockups, MOZ etc.). Como a variedade é realmente muito grande, aqui nos limitaremos aos tipos mais comuns e suas principais características.
Os protótipos de papel são os mais comuns e versáteis. Uma primeira decorrência é em relação à facilidade de se encontrar papel e caneta ou lápis para elaborá-lo; outra é que é necessário que haja uma primeira representação em cada etapa do processo de criação tecnológica, especialmente nos casos de tecnologias complexas. A cada novo estágio, nova representação, até que a tecnologia esteja pronta e entregue aos clientes ou demandantes.
Os protótipos de volume são utilizados, como o nome sugere, como etapa posterior à prototipagem de papel. Geralmente são feitos com o intuito de visualização daquilo que foi aprovado preliminarmente em papel, seja em formato de desenho rabiscado ou até mesmo em softwares sofisticados, como o AutoCAD. Maquetes e impressões digitais podem ser vistos como exemplos desse tipo de protótipo.
Os protótipos de encenação são considerados as versões reais, físicas de tecnologias, cuja intenção é que os cientistas ou clientes as testem, tanto para aferir o seu funcionamento quanto para outros aspectos, como usabilidade, peso e aderência à parte do corpo a que será acoplada, dentre outros. A partir do resultado da encenação, novas peças, partes e componentes são adicionados ou retirados, de maneira que o invento se aproxime mais da versão definitiva pretendida.
Os protótipos funcionais são assim classificados porque sua finalidade é que sejam aferidas as suas funcionalidades globais, totais. Se uma determinada tecnologia mecatrônica está sendo desenvolvida, os protótipos funcionais servirão para aferir a eficácia e a eficiência de seus aspectos eletrônicos, mecânicos, elétricos e computacionais porque são eles que garantem que os benefícios esperados possam ser entregues.
Os protótipos de exibição, diferentemente dos funcionais, não são direcionados para os testes das funções, mas de sua estética, de como ele é visto, principalmente pelo seu público-alvo. Por essa razão, pode acontecer de o protótipo de exibição de um celular não funcionar porque ele é feito de massa de modelar, sem componentes eletrônicos, mecânicos, computacionais e elétricos. Os protótipos de exibição podem ser tão parecidos com a sua versão final que algumas vezes são usados para enganar, como é o caso das armas de brinquedo que se parecem em tudo com as de verdade, só que não funcionam.
Os protótipos do tipo miniatura são aqueles que se parecem em praticamente tudo com a versão final, só que em escala reduzida. Maquetes exemplos desse tipo de protótipo, muito importante para hidrelétricas, prédios, aeronaves e outras tecnologias complexas e de grande porte e dimensões.
Os protótipos de tipo storyboard são especiais porque designam duas vertentes distintas de prototipagem. A primeira é relativa à sua origem, para a criação de vídeos, filmes e histórias em quadrinhos, constituindo-se em importante ferramenta de prototipagem desses tipos de produtos. A segunda é como é utilizada para a geração de diversas outras tecnologias, em que cada etapa do processo de desenvolvimento é representada, como se fossem a sequência quadro a quadro de um filme, que começa com o rascunho em papel e termina com a tecnologia completa.
Os protótipos de mock-up ou mockup são originários da área de tecnologia da informação e comunicação, mas já adentram diversos outros campos da inovação tecnológica com a mesma finalidade: mostrar como uma tecnologia ou produto vai funcionar quando for materializada, principalmente sua dimensão estética. Esse tipo de protótipo é bastante utilizado quando se quer mostrar as primeiras versões das ideias para usuários, clientes e outros tipos de demandantes.
Os protótipos com MoZ (Mágico de Oz) são utilizados para testar e validar protótipos, principalmente as suas usabilidades. Eles consistem em simulações de partes da tecnologia que ainda não foram criadas em interação com os seus futuros demandantes. O operador humano é o mágico, e o público-alvo são os personagens que auxiliam os cientistas a construírem as partes faltantes da tecnologia através de feedbacks interativos.
Os protótipos de matriz CSD representam uma estratégia dos cientistas para começarem a criar as primeiras versões da futura tecnologia. Essa matriz é centrada nas Certezas, Suposições e Dúvidas (daí o nome CSD) da equipe que deverão ser esclarecidas. As suposições são hipóteses que precisam ser validadas e as dúvidas carecem de esclarecimentos, para que todas fiquem próximas da “certeza”.
Essa lista de protótipos serve de exemplo do que se chama de tipos de protótipos nos esforços de geração de tecnologias. Eles são uma ideia da diversidade e variedade deles no cotidiano dos laboratórios e grupos de pesquisas tecnológicas e que se constituem no primeiro grande desafio de inovação tecnológica, assim como de criação de novos produtos.