“Estou aprendendo a socializar cada vez mais”, conta Davi, estudante do 8° ano do Colégio Estadual Militarizado Rittler Luiz Brito de Lucena. Com fala tímida, mas confiante, o jovem resume o impacto que o projeto Descomplica, da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem da Defensoria Pública do Estado, tem causado na sua vivência escolar. “Tudo é bem calmo, e tem muitas pessoas com quem conversar. Fala sobre diálogo, sobre não apelar para violência e agressividade. Estou gostando muito”, completa.
Para a aluna Carolina Robles, o impacto da ação também é perceptível. Além de melhorar a convivência, a estudante elogia a iniciativa que incentiva a conversa. “É um projeto muito bom que ajuda a pessoa a desenvolver-se e compartilhar suas emoções, a falar sobre conflitos, resolvê-los assim”, conclui.
Esta é a segunda vez que o Descomplica transforma a rotina escolar do Rittler de Lucena, promovendo oficinas que abordam temas como empatia, comunicação, mediação e gerenciamento de conflitos. A programação do projeto continua em maio, e a instituição de ensino da vez será a Escola Estadual Euclides da Cunha, entre os dias 21 a 23.
Conforme a psicóloga Dellyane Torres, que integra a equipe do projeto, as atividades têm a metodologia adaptada à realidade de cada instituição. “Eles fazem a seleção dos alunos e nós realizamos uma oficina de três dias. Trabalhamos temáticas como mediação, comunicação, emoções, bullying e violência. Utilizamos dinâmicas em mini grupos para garantir que todos tenham um espaço de fala”, explica.
A proposta do Descomplica vai além da escuta, é uma atividade conjunta, onde os alunos são convidados a refletir sobre suas vivências escolares e pessoais. “O que a gente percebe é que há uma necessidade muito grande de fala, de serem ouvidos. Por isso, oferecemos rodas de conversa e atividades práticas. A partir disso, eles desenvolvem novas estratégias para lidar com os conflitos do dia a dia escolar”, afirma Dellyane.
