Dsei Leste: parteiras tradicionais recebem treinamento sobre reanimação neonatal

Meta da SBP com a ação é reduzir a mortalidade neonatal precoce por anóxia perinatal grave. – Fotos: Ascom/Sesau

Indígenas de etnias assistidas pelo Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Leste participaram nesta sexta-feira, dia 5, do curso de Reanimação Neonatal para Parteiras Tradicionais, uma iniciativa que contou com o suporte técnico e articulação da Sesau (Secretaria de Saúde).

Voltado para o treinamento de parteiras tradicionais que atendem a recém-nascidos em partos domiciliares na Amazônia Legal, Região Nordeste e outras unidades da Federação, a ação faz parte do Programa de Reanimação Neonatal da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

“Esse curso foi pensado exatamente para as parteiras tradicionais que atuam diretamente na realização de partos, visto que é primordial identificar fatores de risco e assim saber realizar os procedimentos corretos, seguindo as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria”, destacou o gerente do Núcleo de Ações Programáticas de Saúde da Criança da Sesau, Marcelo Silva.

A meta da SBP com a ação é reduzir a mortalidade neonatal precoce por anóxia perinatal grave, condição médica resultante da privação de oxigenação do bebê no momento próximo ao nascimento, podendo ocorrer antes, durante ou imediatamente após o parto.

Segundo a pediatra neonatologista Marynéa Vale, o método utilizado para prevenir anóxia perinatal grave é chamado de Minuto de Ouro. Ele ocorre nos primeiros 60 segundos do bebê fora do útero, sendo capaz de evitar sequelas graves no futuro.

“De 10 bebês que nascem, oito nascem bem e dois precisam de ajuda. Essa ajuda precisa ser realizada pelas parteiras que moram longe de um acesso à saúde para que elas possam intervir em um momento que se chama ‘Minuto de Ouro’”, explicou.

Apoiadora da ação da SBP há mais de 20 anos, a Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias foi representada na ação pelo missionário Elder, Osvaldo Bassi. Ele ressaltou a importância do treinamento para as parteiras tradicionais das comunidades do DSEI Leste.

“Nós oferecemos a nossa capela e compramos todos os materiais que são utilizados durante o treinamento. No final do treinamento, doaremos todos esses materiais para que cada parteira possa levar para a comunidade onde ela mora”, ressaltou.

Indígena da etnia Macuxi, Leonilde Pinho, de 60 anos, revelou que acompanhava a mãe nos partos que eram realizados na comunidade Boca da Mata, em Pacaraima. Hoje, ela tenta replicar o conhecimento que tem para a nova geração de parteiras de sua localidade.

“Quando era criança, vi minha mãe ajudando as mulheres que pariam em casa. Tem muita mulher que precisa ter esse conhecimento, porque nós já estamos indo e temos que capacitar as novas netas e bisnetas”, pontuou.

Suyanne Sá

 

Veja também

Topo