O projeto “Educar é prevenir”, do Programa de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), capacitou durante essa terça-feira, 13, os professores e servidores da Escola Estadual 13 de Setembro para identificar e acolher vítimas de tráfico humano.
De acordo com o coordenador do programa, Glauber Batista, o projeto retoma os trabalhos após dois anos suspenso em razão da pandemia. A programação segue na escola durante toda a semana, com diversas atividades sobre o tema.
“No primeiro dia, trazemos banners e cartazes informativos para serem afixados na escola. Os alunos têm esse primeiro contato com a temática da semana. No dia seguinte, temos a capacitação para os funcionários da escola. Na quarta e quinta, os professores trabalham com os alunos sobre o assunto. E na sexta, a gente traz uma roda de conversa com autoridades que relatam as experiências sobre o tráfico de pessoas, momento em que tiramos as dúvidas dos alunos”, explicou Glauber Batista.
Nas próximas semanas, as equipes visitam as escolas Professora Maria das Dores Brasil, Pastor Fernando Granjeiro de Menezes e Vanda Davi Aguiar. Ainda segundo Glauber, o objetivo é capacitar “primeiramente as escolas que atendem o público venezuelano, que são os mais vulneráveis na questão do tráfico”.
Para o gestor da Escola Estadual 13 de Setembro, Moisés Gonçalves Dias, o projeto chegou em bom momento e vai auxiliar toda a comunidade escolar. A instituição tem 690 alunos, destes, 75% são migrantes venezuelanos.
“Esse tema não deixa de ser atual. Moramos em um Estado fronteiriço, onde a maioria dos estudantes da escola hoje são venezuelanos e estão em situação de vulnerabilidade maior que os brasileiros. O tráfico de pessoas não escolhe país, mas o risco que correm por estarem vulneráveis, é maior. É importante que a gente tenha esse conhecimento, para saber agir e defender esses direitos que infelizmente estão sendo agredidos”, afirmou o gestor.
Educar é Prevenir
O Educar é Prevenir foi criado em 2017 e tem como foco alertar sobre o tráfico humano crianças e adolescentes que fazem parte da faixa etária alvo dos aliciadores nos ambientes escolares, tanto da capital quanto do interior.
Segundo Glauber Batista, em Roraima, “por fazermos fronteira com dois países e termos divisa com o Amazonas, o índice de aliciamento é muito alto para fins de tráfico humano, escravidão, exploração sexual de crianças e adolescentes. É considerada uma das maiores rotas do Brasil para o exterior. Além disso, temos os garimpos. Então a meta é atingir com a prevenção o maior número de alunos”, informou o coordenador.
O projeto já atendeu 34 escolas, entre a capital e municípios de Pacaraima e Bonfim, que fazem fronteira com a Venezuela e República da Guiana, respectivamente.
Denúncias podem ser feitas diretamente ao disque 100 ou 180. As vítimas também podem procurar atendimento na sede do Programa, na rua Coronel Pinto, 524, bairro Centro, ou pelo e-mail traficodepessoas.rr@gmail.com.
Juliana Dama