Empreendedor de Roraima produz bloco plástico reciclado para a construção civil

O empreendedor Almir Ribeiro criou o Plasbloc, fabricado a partir da composição cimento, areia, água e catalisador, com diferencial no uso do plástico granulado reciclado como agregado graúdo. – Fotos: Divulgação/PlastBloc

Aliado a estratégias sustentáveis, o plástico, pode se tornar a peça-chave para ajudar a natureza e servir como ferramenta para novos empreendimentos inovadores que enxergam o potencial do material por meio da reciclagem. Foi assim, ao observar a grande quantidade de plástico gerada pelos trabalhadores de uma obra de construção civil, vinda do consumo de refrigerantes nas garrafas PET, que o empreendedor Almir Ribeiro teve uma ideia que faria a diferença: a utilização do material granulado para compor blocos de construção.

“O pessoal da construção tomava refrigerantes todos os dias. Observando aquilo, vi um monte de garrafas e comecei a pensar: essas garrafas vão para o lixo; quanto tempo elas ficarão na natureza? Foi então que tive a ideia de criar um material que utilizasse essas garrafas PET. A primeira criação surgiu disso, mas, hoje, já conseguimos reciclar todo tipo de plástico para incorporar nossos blocos”, conta.

Mas a ideia arrojada precisava de mais investimentos para sua execução, foi nesse momento que o empreendedor teve conhecimento sobre o Programa Centelha, que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil.

“A importância de ser contemplado no Centelha foi saber que eu poderia contar com a ajuda de um sistema para que eu pudesse colocar o meu projeto em execução. Eu já havia pensado em desistir desse projeto, mas quando eu vi o Centelha e que eu me inscrevi foi muito importante porque eu vi uma condição de desenvolver o tão sonhado projeto”, conta Almir.

A parte técnica do projeto era o desafio para atender as especificidades e adequação para uso do material, e foi nesse momento que o apoio do Centelha foi essencial.

“Eu não tinha condição de pagar um profissional para poder adequar o material dentro das normas técnicas brasileiras da construção, então o Centelha contribuiu para eu colocar o meu projeto de acordo com essas normas. Estamos fazendo estudos laboratoriais, pois antes eu não tinha condições financeiras para isso”, acrescenta.

O Plasbloc, bloco de concreto, é fabricado a partir da composição: cimento, areia, água e catalisador com diferencial no uso do plástico granulado reciclado como agregado graúdo. Além de sua produção envolver matérias-primas recicladas de postos de coleta e de sucatas, o design do bloco tem papel fundamental na eficácia de sua utilização nas construções residenciais, comerciais ou industriais.

“Eu fui um dos pioneiros a criar esse sistema construtivo, um projeto criado há 18 anos, mas somente aqui em Boa Vista eu consegui desenvolver. Foi bastante penoso porque eu não tinha condições financeiras para poder pagar o laboratório para poder desenvolver a liga do material, a resistência da qual a gente precisa”, conta o empresário.

Hoje a empresa é especializada na produção e comercialização de blocos de construção ecológicos fabricados a partir de materiais reciclados. Os blocos são fabricados com foco na redução do impacto ambiental e na promoção da construção sustentável de forma a baratear o custo e promover a rapidez nos processos dentro do canteiro de obras. O carro chefe é o plasbloc com design pensado para otimizar recursos e zerar desperdícios, produzido a partir da reutilização do plástico que iria para o lixo.

Centelha Roraima

O Programa Centelha estimula a criação de empreendimentos inovadores e disseminação a cultura empreendedora em Roraima. A iniciativa oferece capacitações, recursos financeiros e suporte para transformar ideias em negócios de sucesso.

O programa é promovido pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) e pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), em parceria com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa), e Fundação CERTI e, em Roraima, é executada pelo Governo do Estado, por meio, da Faperr (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Roraima).

Thaminne Dinelli

Veja também

Topo