Escola Estadual Indígena da Serra da Moça realiza segunda Feira de Ciências

Os projetos expostos trataram de uma variedade de temas que integram ciência e cultura. – Fotos: Ascom/Seed

A Escola Estadual Indígena Adolfo Ramiro Levi, localizada na Comunidade Serra da Moça, zona rural de Boa Vista, promoveu a II Feira de Ciências ARL 2024, reunindo alunos, educadores e a comunidade escolar em torno do tema central “Cultura, Tecnologia e Inovação”.

Com o envolvimento de oito turmas, totalizando 96 estudantes, a feira contou com a participação de duas escolas visitantes: a Escola Municipal Indígena Martins Pereira da Silva e a Escola Estadual Indígena Jairo Pereira, ambas da Comunidade Morcego, também na zona rural de Boa Vista.

Os alunos destas escolas também trouxeram exposições que contribuíram para ampliar o diálogo entre comunidades e enriquecer a troca de conhecimentos sobre temas como sustentabilidade, energias renováveis e cultura indígena.

Trabalhos apresentados abordam sustentabilidade e saberes tradicionais

Os projetos expostos trataram de uma variedade de temas que integram ciência e cultura. Um dos destaques foi o projeto “Ecoluz”, que demonstrou como garrafas PET podem ser transformadas em lâmpadas solares, exemplificando o uso prático de energias renováveis em comunidades rurais. Outras turmas apresentaram variações do prato típico indígena damurida, em versões com peixe, carne e galinha caipira, oferecendo um olhar sobre a riqueza gastronômica e cultural da região.

Outros projetos exploraram o uso de irrigação em hortas orgânicas, como um modelo de sustentabilidade voltado para a segurança alimentar e a preservação ambiental, além de temas como a dança tradicional parixara e as consequências das queimadas no meio ambiente.

Aprendizado e valorização da cultura indígena

Khésila das Chagas Mateus, aluna da Escola Estadual Adolfo Ramiro Levi, que participou de um projeto sobre as queimadas nas comunidades indígenas, compartilhou sua experiência.

“Foi um aprendizado valioso para mim, pois não sabia sobre isso anteriormente. Pesquisamos, visitamos a Brigada Indígena aqui pertinho e buscamos entender e aprender mais. Estudamos sobre as químicas envolvidas no fogo, como o dióxido de carbono e os gases liberados pela fumaça. Nos empenhamos em criar um projeto atraente, legal e bem feito, que chamasse a atenção do público.”

A coordenadora pedagógica da escola, Vanderléia Silva, destacou o papel do evento na formação dos alunos: ” O objetivo da nossa feira é resgatar nossa cultura por meio de uma pesquisa científica. Os professores trabalham em estreita colaboração com 96 alunos, envolvendo todos eles no processo. Temos acompanhado o progresso de cada um ao longo do período de pesquisa”, acrescentou.

Presença de representantes do MEC e da Ufal

O evento também contou com a visita de uma equipe do MEC (Ministério da Educação) e da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), que está em Roraima para viabilizar a implantação do Sistema Gestão Presente nas escolas indígenas da região.

Os representantes do MEC e da Ufal visitaram as exposições, conversaram com a gestão e os professores da Escola Adolfo Ramiro Levi e elogiaram o trabalho realizado na feira.

Layse Menezes

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