
A exposição de pinturas do professor Leandro Brito “Arte e Espectro: retratos de artistas autistas” movimenta o Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário, até o fim do mês de maio. A visitação ocorre de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, com entrada franca.
De acordo com Brito, a exposição tem como objetivo oferecer, gratuitamente, ao público em geral uma exposição artística que proporcione a aproximação com o tema do transtorno do espectro autista (TEA).
Exposição
A exposição conta com sete retratos de artistas que, assim como Brito, têm diagnóstico de TEA. O professor fala sobre sua trajetória artística e revela como o diagnóstico impactou sua vida pessoal, profissional e artística.
“Com exceção do meu autorretrato, as outras pinturas foram feitas no último ano, após eu receber o diagnóstico de autismo. Comecei a estudar pintura aos 12 anos, fiz faculdade de artes visuais na UFRJ e, desde que me formei, aos 23 anos, trabalho como professor e realizo exposições. Recebi o diagnóstico há um ano, já aos 36 anos, o qual me ajudou a entender melhor as dificuldades que tenho na minha vida pessoal e profissional, principalmente as dificuldades de interação social e de me concentrar em assuntos que não são do meu interesse. Artisticamente, eu pude entender melhor o meu hiperfoco em arte. Entender como minha mente funciona me ajuda a lidar melhor com o mundo em todos esses aspectos da minha vida”, disse.
Estudos realizados por profissionais da área da educação especial e por organizações e entidades que desenvolvem atividades voltadas à inclusão de pessoas com TEA revelam que as diversas manifestações artísticas permitem que estas se expressem livremente, contribuindo para a construção de suas identidades.
“Falando a partir da minha experiência, se a pessoa com diagnóstico de TEA tiver interesse pela arte, em realizar atividades relacionadas a esse interesse, vai melhorar sua qualidade de vida em vários aspectos, como alívio de estresse e melhor interação com o mundo ao seu redor. Acredito que isso pode ser aplicado também a pessoas que têm interesse em outras áreas, como esporte ou culinária, por exemplo. Realizar atividades gratificantes é importante para a qualidade de vida de todos”, explicou Brito.