A presença do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Brasil, levou parlamentares a se manifestarem nesta quarta-feira, 31, na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). O deputado Gabriel Picanço (Republicanos) repudiou a vinda do ditador venezuelano ao país.
“Só nós sabemos das dificuldades enfrentadas na saúde, educação e segurança pública. Temos, por exemplo, mais de 400 venezuelanos no sistema prisional e quem arca com tudo isso somos nós”, iniciou Picanço. Para ele, a presença de Maduro é “indecente e imoral”, e o governo federal não dá a assistência necessária ao poder público do Estado.
“Lá na Venezuela, o salário mínimo é cerca de R$ 26. Como pode um país daquela magnitude, com a quarta maior reserva de petróleo do mundo, ter um salário como esse e o presidente brasileiro ainda dizer que é apenas uma narrativa?”, questionou o parlamentar.
Na terça-feira, 30, o presidente do Brasil, Lula da Silva (PT), afirmou que as informações sobre a crise na Venezuela são “narrativas”. “Repudio porque não merecemos e não queremos a presença dele aqui”, concluiu Gabriel Picanço.
Em aparte, a deputada Aurelina Medeiros (Progressistas) também manifestou indignação tanto com a presença de Nicolás Maduro no Brasil quanto com a fala de Lula. “Acho que ele não aprendeu o que é narrativa ou confundiu. Colocar a situação da Venezuela, mundialmente conhecida, e chamar de narrativa de redes sociais, de interesses de outros… Ou é burro, ou está caducando”.
Para ela, o suposto retorno do fornecimento de energia para Roraima através do Linhão de Guri (linha de transmissão do país vizinho) é uma forma encontrada na parceria entre Brasil e Venezuela para “quitar” dívidas antigas em torno de R$ 6 bilhões.
“Vamos pagar com a energia de Guri, um sistema falido, porque ele vai pagando com os recursos que cobrar [para o fornecimento]. Vamos arcar novamente com a conta da Venezuela, todos seremos sacrificados. Maior absurdo que já ouvi”, disse ela.
Yasmin Guedes