Os casos de gripe aviária em algumas regiões fizeram o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) decretar estado de emergência zoossanitária em todo Brasil por 180 dias. O objetivo da medida é evitar a propagação do vírus H5N1 no país, após confirmação da doença em aves silvestres encontradas no Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Até o momento Roraima não tem nenhum registro de casos da doença e o Governo do Estado, por meio da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima) está trabalhando com ações preventivas a fim de detectar rapidamente qualquer caso que ocorra e que possa trazer problemas sanitários à produção avícola, gerando prejuízos aos produtores, à saúde pública e à economia.
“O Governo de Roraima está atento ao avanço da gripe aviária no país. Ainda não existe nenhum caso no Estado, mas a Aderr vem trabalhando desde o ano passado para preparar seus técnicos e criar mecanismos, em parceria com os produtores, de defesa da nossa avicultura para evitar e minimizar os danos que porventura venham a acontecer”, ponderou o presidente da Aderr, Marcelo Parisi.
Ações preventivas
Desde do ano passado que a Aderr está trabalhando na questão da prevenção por meio de ações que visam proteger o Estado, em razão do avanço da H5N1 no continente. Em dezembro do ano passado foi feita uma reunião com os granjeiros e os responsáveis técnicos para discutir o assunto.
Em janeiro deste ano foi realizada a sorologia de avicultura industrial, onde foi coletado o swab (exame para coleta de secreção) de traqueia e de cloaca, além de soro para identificação do vírus. Esse trabalho foi feito em todas as granjas de postura de Roraima: 10 em Boa Vista, 01 em Caracaraí e 01 no Bonfim, totalizando 12 granjas.
A sorologia continuou sendo feita, mas o foco foi a avicultura de subsistência. Esse trabalho foi executado no mês de fevereiro e de acordo com o chefe do Programa Estadual de Sanidade Avícola, Ronaldo Feitosa, as aves de subsistência são as mais importantes, pois são as que mais têm contato com as aves silvestres e podendo causar mais riscos de contaminação.
Também no mesmo mês foi realizado um treinamento de 6 horas/aula, ministrado pelo médico veterinário e fiscal agropecuário da Aderr, José Kléber. A parte teórica da capacitação foi feita, no auditório da Superintendência do Mapa e a parte prática no Laboratório de Sanidade Agropecuária.
De 08 a 12 de maio foi realizado um treinamento com todos os fiscais agropecuários, onde eles obtiveram mais conhecimentos sobre doenças respiratórias, neurológicas e de notificação obrigatórias, além da parte prática com a necropsia onde teve a coleta de sangue, de material biológico para análise de investigação da influenza aviária e por fim coleta de material de eleição de órgãos para investigação do vírus.
Ainda no mês de maio houve um simulado de atendimento ao foco com a participação de todos os fiscais da Aderr. “Todos os veterinários ficaram sabendo de como agir diante de um foco. Eles estão preparados em caso de uma emergência”, destacou Feitosa.
Também em maio teve início o registro de todas as granjas, pois elas precisam se adequar a Instrução Normativa 56, de 04 de dezembro 2007 do Mapa, onde são instituídas medidas de biossegurança. “As granjas que não atendam essa determinação, deixaram de fazer o alojamento das pintainhas, não sendo mais possível renovar o plantel”, alertou Feitosa.
Medidas importantes
A Instrução Normativa 56 do MAPA regulamenta as medidas de biossegurança a fim de evitar a entrada e propagação de doenças no plantel, garantindo a segurança dos alimentos e saúde das aves, além do bem estar dos trabalhadores.
A granja precisa possuir barreira sanitária, arcolúvio, pedilúvio, rodolúvio, barreiras naturais e físicas de contenção, muros, telas, os galpões precisam ser telados com uma malha de 2,5 mm, ter registro e entrada e saída de veículos, não autorizar a entrada de pessoas que não sejam funcionários da granja, controle vacinal do protocolo da granja desde a chegada de pintainhas até as aves de descartes, entre outras medidas sanitárias.
Elias Venâncio