Ao tomar conhecimento da ação de um coletivo de designers (pesquisadores, estudantes e profissionais do mercado), que se uniram e formaram uma rede de desenvolvimento para criação, produção e encaminhamento de adaptadores para a filtragem de água no Rio Grande do Sul, estado que passa agora por um processo de recuperação após a tragédia ocorrida, em razão das fortes chuvas, entre o fim de abril e o início de maio, o professor do CBVZO (Campus Boa Vista Zona Oeste) do IFRR (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima), Vagner Martins resolveu também contribuir.
Para isso, junto com o estudante Carlos Henrique Belém Lopes, estudou o projeto chamado H2Obah (H2O – fórmula da água + Bah – termo gaúcho para várias situações), e se concentrou na viabilização da fabricação do material em Roraima também.
Segundo Martins, o H2Obah é um adaptador criado por impressora 3D para um filtro de cerâmica ou carvão ativo. Ele se conecta a uma garrafa PET ou recipiente qualquer, como um balde ou sacola de supermercado, o que facilita o acesso à água própria para consumo de maneira mais fácil e rápida.
“Como já tínhamos um laboratório de impressão 3D, o nosso IFMaker, tivemos apenas que adquirir o filamento (matéria-prima em plástico) e os elementos cerâmicos filtrantes para a fabricação dos kits. Imprimimos 32 adaptadores em ABS [um polímero], que serão enviados, com o elemento filtrante e um manual de utilização, para o Rio Grande do Sul”, informou o professor.
Ele esclareceu ainda que o funcionamento do kit tem comprovação de filtragem com as velas, conforme consta nas embalagens e nas verificações do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia . “Esse sistema oferece água potável a milhares de pessoas rapidamente com custo muito baixo”, observou.
A aquisição dos elementos em cerâmica para a filtragem ocorreu com recursos próprios e contou com o apoio do diretor-geral do campus, professor Isaac Sutil.
“Para além do nosso apoio institucional com a estrutura que já temos com nosso laboratório IFMaker, que sempre está disponível para ações de inovação e pesquisa no nosso campus, mas, sobretudo, para contribuir para a nossa comunidade e também para as demais comunidades de todo o Brasil, parte do recurso, que não tínhamos disponível para atender de imediato à ideia trazida pelo professor, ocorreu por nossa própria iniciativa, por questão de boa vontade, porque entendemos que devemos, sempre que pudermos, atuar no âmbito institucional, mas jamais deixar de contribuir também para os cidadãos. Então, juntamos o que pudemos para adquirir a parte que faltava e levar essa importante ação à frente”, declarou Sutil.
Concluída a fabricação, o grupo agora se concentra no envio do material para o Rio Grande do Sul. Para isso, alguns contatos com instituições daquele estado estão sendo realizados visando buscar a melhor maneira de envio e chegada desse material para as pessoas que mais precisam.
As informações sobre o projeto podem ser acessadas neste link.