A primeira parte da Delegação Roraimense com 114 integrantes desembarcou em Recife (PE) nesta sexta-feira, 20, para participar das competições dos JEBs (Jogos Escolares Brasileiros) 2024.
As disputas iniciam neste sábado, 21, durante todo o dia nas modalidades de judô, wrestling, ginástica rítmica, tênis de mesa, voleibol, handebol e atletismo.
As competições acontecem de forma simultânea em sete locais diferentes entre quadras e ginásios da capital pernambucana. A coordenação geral, centro de convivência e refeitório ficam concentrados no Complexo Santos Dumont, localizado em Boa Viagem.
A abertura oficial dos JEBs está marcada para a noite de hoje, na Arena de Pernambuco, e promete reunir os cerca de 8 mil participantes em uma cerimônia emocionante com desfile das delegações e acendimento da pira olímpica.
Equipe de Wrestling de Roraima: esporte e inclusão
Neste sábado, pela manhã, na quadra de esportes da Universidade Federal de Pernambuco, serão realizados a pesagem de atletas e os testes físicos da modalidade de wrestling.
A equipe de Roraima conta com seis atletas, sendo três meninos e três meninas. Entre elas, Laura Dominique Laurindo Silvestre, de 14 anos.
A aluna-atleta da Escola Estadual Euclides da Cunha é autista. Ela explicou que treina três vezes por semana e, nos outros dois dias, faz academia para potencializar o seu desempenho. Laura falou também sobre o que o wrestling agrega para sua vida.
“O esporte é muito bacana e te dá autoconfiança. Gosto muito de treinar. A cada dia a gente aprende mais coisas para o autoconhecimento, para a gente ficar mais sábio”, disse.
O presidente da Federação de Wrestling de Roraima e um dos técnicos que acompanha a equipe, Anderson Braga, é pai da Laura. Ele explicou que, durante a pandemia, descobriu que a filha era autista.
Com problemas no plano de saúde à época, encontrou no wrestling a terapia que a filha precisava para se desenvolver.
“Nós encontramos uma forma alternativa de terapia, por meio da qual ela teve autoconfiança, conseguiu superar a questão de sociabilidade, de toque, de contato, coordenação motora. Até o desenvolvimento dela na escola melhorou, a relação dela dentro de casa melhora muito porque o atleta extravasa, ele aprende a se controlar, a ter autocontrole”, explicou.
Ele disse ainda que a luta também promove a resiliência nos atletas e os prepara para a vida. “É um ensaio para a vida. O nosso maior medo como pais é no dia que a gente não estiver mais aqui, o nosso filho não ter autonomia. E luta te dá isso, ela te ensina a ser um guerreiro”, finalizou.
Quanto à competição, as expectativas da equipe são as melhores, tendo em vista a experiência dos atletas, foi o que explicou o professor Eudênio Matias, outro técnico que acompanha a equipe.
“As expectativas são muito boas, estamos com a equipe que já tem três anos que está vindo para os jogos. Nos outros anos não era tão experiente como está agora, então a expectativa é alta. Quero ver se conquistamos pelo menos três ouros na série ouro e o restante que vier já é lucro”, disse confiante.
No ano passado, a equipe roraimense de wrestling voltou para casa com quatro medalhas, entre elas, bronze na Série Ouro (a melhor série do campeonato), além de uma de bronze na Série Prata e mais uma medalha de bronze e outra de ouro, na Série Bronze.