A Superintendência de Comunicação da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) lança, nesta sexta-feira, 30, o documentário “Meu Pai Tem Nome”, produção que explora as histórias de famílias para a inserção do nome dos pais nos registros de nascimento e identidade, bem como retrata o trabalho da Defensoria Pública do Estado (DPE-RR) para agilizar esse processo. A exibição ocorre às 13h30 na TV Assembleia (canal 57.3) e no canal do parlamento roraimense no YouTube (@assembleiarr).
Em quase 30 minutos, o documentário mergulha em narrativas de pessoas que buscam o reconhecimento documental paterno, um direito fundamental que impacta diretamente na identidade e dignidade de crianças, adolescentes e até mesmo de adultos. Além disso, a produção audiovisual traz dados sobre a ausência paterna nas certidões de nascimento em Roraima, bem como mostra a realização de famílias com a nova documentação de identidade.
Uma das histórias contadas é da assistente social Aeide Peixoto, que foi criada pelo pai biológico, mas que por um impedimento legal da época, não conseguiu registrar o nome dele. Ela e os irmãos estão em processo de registro do nome do pai, algo que não seria feito se não fosse o trabalho da DPE-RR.
“Na época do nosso nascimento, o meu pai não pôde nos registrar como seus filhos porque era legalmente casado com a primeira esposa. A legislação não permitia que ele nos registrasse, então ele ficou apenas como declarante, que hoje seria equivalente a uma testemunha. Ele já estava separado, mas o divórcio ainda não havia sido oficializado, não estava no papel, não era legalizado”, disse Aeide em um dos trechos do documentário.
A produção também conta a história do casal João Viana e Jorge Júnior, pais do pequeno Zayan. Eles conheceram o filho ainda na barriga da mãe, uma amiga que estava com a intenção de interromper a gravidez e que foi desencorajada pelo casal. Entretanto, a produção relata como foi a aproximação da criança com os futuros papais e a importância de inserir os nomes deles no registro de nascimento do bebê.
“Um dia, ela apareceu em casa com ele, que tinha apenas um mês de vida, e disse: ‘Tá aqui, não quero mais saber, estou indo pro garimpo, vou embora de vez.’ Foi tudo muito rápido. Não tivemos nem a chance de conversar, de entender a situação, de tentar convencê-la a não fazer isso. Ela simplesmente o deixou com a gente, com algumas poucas coisas que ele tinha, e foi embora. E desde então, nós cuidamos dele até hoje”, declarou João à produção.
O documentário também traz a repercussão desse trabalho a partir do prisma do defensor público-geral de Roraima, Oleno Matos. “Já vi casos em que, mesmo sem convivência ou apreço, ao assumirem o vínculo [paterno], o amor surge do nada, como se nunca tivessem estado distantes. Isso é o que nos toca e nos enche de orgulho em trabalhar neste projeto de transformação social”, afirmou ao falar sobre o desenvolvimento do trabalho “Meu pai tem nome” no Estado.
O jornalista Johann Barbosa acompanhou todas as entrevistas do documentário e destacou aquilo que mais o marcou durante o processo de produção.
“O mais impactante foi descobrir como a ausência do nome do pai no registro afeta as pessoas. Não é apenas um nome, é respeito e identidade. Muitos adultos viveram uma infância marcada pela vergonha de não ter o nome do pai nos documentos. Isso mostra a importância desse reconhecimento e a facilidade que o projeto da DPE-RR oferece, resolvendo em um dia o que normalmente levaria meses”, frisou Johann.
A superintendente de Comunicação da ALE-RR, Sônia Lúcia Nunes, afirmou que a demanda para realização do documentário surgiu da própria Defensoria do Estado e que a Casa Legislativa também possui o viés de divulgação das ações de outras instituições públicas de Roraima.
“O defensor Oleno Matos compartilhou casos de como o reconhecimento paterno transformou a vida de pais e filhos, fortalecendo laços afetivos e proporcionando amparo. Decidimos, então, contar essas histórias e mostrar que a campanha da DPE-RR oferece inúmeros benefícios, especialmente para famílias carentes, como o teste de DNA e a alteração gratuita de documentos por meio da Justiça”, informou a superintendente.
O desfecho dessas histórias e o aprofundamento do tema podem ser conferidos no documentário “Meu Pai Tem Nome”, com estreia nesta sexta-feira e reprises durante a programação da TV Assembleia (canal 57.3).
Documentários da ALE-RR
Para quem navega pelas redes virtuais, é possível o acesso a quase cem documentários produzidos pela ALE-RR. São produções que possuem relevância social, econômica e cultural para Roraima, com temas, por exemplo, relacionados à questão indígena, mudanças climáticas, empreendedorismo, violência doméstica e contra idosos, produção agrícola e migrações.
Todos esses documentários podem ser acessados, a qualquer momento, no canal da ALE-RR no YouTube. No link, é possível conferir a relação completa dos filmes do Legislativo por meio da playlist “Documentários TV Assembleia”.
Com alta diversidade temática nas produções, a diretora de Rádio e TV da ALE-RR, Camila Dall’Agnol, revelou como é o processo criativo dos documentários do Legislativo.
“Mensalmente, a Superintendência de Comunicação se reúne com as diretoras, coordenadores e equipe de publicidade para definir as datas e os temas que serão destaque. Algumas campanhas, como o Setembro Amarelo e o Agosto Lilás, são obrigatórias, e a cada mês decidimos como abordá-las e quais temas receberão maior destaque”, ressaltou Camila.
Ficha Técnica do Documentário “Meu Pai Tem Nome”
Reportagem: Johann Barbosa
Produção: Tamara Araújo e Marilena Freitas
Colaboração: Oleno Matos e Celton Ramos
Imagens: Emackson Sarmento e Claudinei Sampaio
Apoio Técnico: Ralyson Ramires Assis e Josué Garcia
Edição de Imagens: Marcelo Fernandes
Edição de Texto: Camila Dall’Agnol
Revisão: Camila Dall’Agnol
Diretor de Programação: Bruno Almeida
Diretora de TV e Rádio Assembleia: Camila Dall’Agnol
Superintendente de Comunicação: Sônia Lúcia Nunes