O Ministério Público do Estado de Roraima, por meio do Grupo de Atuação Especial de Vítimas, Minorias e Direitos Humanos (GAEVI-MDH), e integrantes do Unicef em Roraima se reuniram nos últimos dias 13 e 14 de novembro com representantes das secretarias estadual e municipal de educação para discutir iniciativas dentro da comunidade escolar para o enfrentamento e prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes, em Roraima.
De acordo com o coordenador do GAEVI-MDH, o Promotor de Justiça André Paulo Santos Pereira, é necessário unir forças para combater o crime sexual no estado.
“Conforme os dados do Anuário de Segurança Pública divulgado em julho deste ano, a taxa de estupros de mulheres e meninas que vivem em Roraima por 100 mil habitantes é de 112,5, três vezes maior que a média nacional. Por isso, iniciamos uma articulação com o UNICEF e as instituições públicas de educação para construção de soluções ao enfrentamento dessa temática tão delicada e urgente”, ressaltou o Promotor de Justiça.
Nayana Goes, chefe em exercício do escritório do UNICEF no estado, afirma que o objetivo é fortalecer uma parceria já existente, direcionando esforços, prevenção e combate à violência sexual.
“O UNICEF tem como prioridade a proteção integral às crianças e adolescentes. Neste sentido, é fundamental a soma de esforços nesta ação conjunta. Entendemos que a prevenção e o enfrentamento da violência sexual pode e deve acontecer dentro da comunidade escolar e, para isso, é preciso que as escolas tenham ao seu dispor ferramentas para atuar diante dos casos. A escola é um espaço fundamental na rede de proteção de crianças e adolescentes e esperamos ter, cada vez mais, equipes escolares fortalecidas e preparadas para tratar desse assunto”, enfatizou Nayana.
Crizélia Cândido Costa, técnica psicossocial da Secretaria de Estado de Educação, afirma que a interlocução com o MPRR e o Unicef pode resultar em ações positivas.
“Nós acreditamos que tudo que vier acrescentar para o conhecimento, para o diálogo com nossos alunos e seus familiares em relação a esse tema sensível, que é que é o abuso sexual, é de grande importância. Então, uma parceria com o MPRR e o UNICEF para formar uma rede de proteção e cuidado nos dá ânimo porque percebemos que não estamos sozinhos, que existem órgãos de extrema importância que estão prontos para fortalecer esse trabalho”, destacou a técnica.
Para a psicóloga e gerente de apoio pedagógico e psicossocial da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Boa Vista, Jaqueline Nunes, o trabalho em rede é essencial para garantir a proteção de crianças e adolescentes vítimas de violência.
“Ao unir diferentes serviços e profissionais, ele possibilita uma resposta coordenada e mais eficiente às necessidades das vítimas. Essa colaboração entre instituições – educação, justiça, delegacias, conselhos tutelares e serviço de assistencial social, garante que as crianças e adolescentes recebam o cuidado necessário e que seus direitos sejam assegurados. A articulação entre os profissionais não só acelera o processo de proteção, como também contribui para o atendimento mais integral e humano”, concluiu a psicóloga.